Publicado 06/02/2024 12:24
O segundo dia de julgamento de Daniel Alves por agressão sexual, nesta terça-feira (6) no Tribunal de Barcelona, na Espanha, começou com depoimentos de funcionários da boate Sutton, onde teria acontecido o estupro de uma jovem de 23 anos. O) ex-jogador esteve presente na audiência, mas só falará na quarta-feira (7), no fim do julgamento.
Jovem abalada
O primeiro a depor foi o diretor da boate, Robert Massanet. Ele afirmou que, no dia 30 de dezembro de 2022, viu a denunciante "alterada" e que convidou-a para ir a outra sala, sem música, mas teve dificuldades para convencê-la a ficar, porque ela queria ir para casa.
Antes de entrar no novo cômodo, a jovem afirmou que foi vítima de agressão sexual e apontou para Daniel Alves, que passava na hora, e disse que era ele. Segundo o diretor da boate, ela confirmou que "entrou voluntariamente no banheiro, mas depois quis sair e não conseguiu".
O diretor ainda revelou que, na conversa que teve com a jovem, bastante abalada, tentou descobrir o que tinha acontecido. "Não parecia a versão típica de tocar a bunda ou algo parecido. Perguntei se tinha sido algo mais sério e ela disse que sim. Perguntei, insinuando se houve penetração, e ela disse que sim", disse Robert Massanet. que ainda confirmou que Daniel Alves frequentava a boate havia oito anos.
Daniel Alves alterado
Na sequência, quem testemunhou foi o gerente da boate. Ele informou que percebeu Daniel Alves "havia bebido ou bebido alguma coisa, mas não estava agindo como sempre." A declaração reforça a nova linha de defesa do ex-jogador, que busca atenuar a pena alegando que ele estava bêbado.
O gerente ainda revelou que tentou convencer a suposta vítima de fazer a denúncia: "A menina não me contou nada. Perguntei se ela ia denunciar e ela me disse que ninguém ia acreditar nela. Ela estava chorando muito, estava muito mal."
Feridas nos joelhos
Já um assistente da boate, o terceiro a testemunhar, também confirmou que a jovem disse que "tinha certeza do que iria fazer, mas depois se arrependeu. Ela sabia para onde estava indo e o que iria fazer".
Ele ainda explicou que foi o responsável por cuidar das feridas que ela sofreu no joelho, enquanto estava no banheiro. "Parecia uma queimadura, nada muito profundo."
A suposta vítima, em depoimento à polícia e no primeiro dia de julgamento, afirmou que, ao tentar sair do banheiro, foi jogada no chão por Daniel Alves, e caiu de joelhos.
Relembre o caso
Em 31 de dezembro de 2022, o diário 'ABC' revelou que Daniel Alves teria violentado sexualmente uma jovem na casa noturna Sutton no dia anterior. A mulher esteve no local acompanhada por amigas e entrou no banheiro a pedido do jogador, à época no Pumas, do México. Ela alega que pensava que era outro ambiente da boate.
Ao sair do cômodo, a jovem de 23 anos estava muito abalada e a equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia, que colheu o depoimento da vítima.
No dia 10 de janeiro de 2023, a Justiça espanhola aceitou a denúncia e passou a investigar o jogador brasileiro. Quando voltou à Espanha para o velório da sogra, ele foi intimado a depor.
Inconsistências nas versões dadas pelo atleta nas primeiras declarações e em depoimento à Justiça, fizeram com que a juíza Maria Concepción Canton Martín decretasse a prisão no dia 20 de janeiro. A possibilidade de fuga do país também foi outro motivo.
Durante o período em que está recluso, o brasileiro mudou o seu depoimento por mais de uma vez, trocou de advogado de defesa e teve negados outros recursos para responder à acusação em liberdade. Além disso, entrou em um processo de divórcio com a modelo e empresária espanhola Joana Sanz, que acabou não indo adiante.
Nas contradições, Daniel Alves chegou a dizer que não conhecia a mulher que o acusava. Depois, argumentou que houve relação sexual com ela, mas de forma consensual. Após nova mudança de direção, a defesa de Daniel Alves vai alegar, durante o julgamento, que o jogador estava bêbado na noite em que foi acusado do abuso.
De acordo com a publicação 'El Periódico', a nova versão dos fatos, a quinta apresentada pelos advogados, tem a intenção de atenuar a pena do jogador brasileiro, pois o colocaria como "uma pessoa sem conhecimentos de suas ações" em razão dos efeitos do álcool.
Daniel Alves pode pegar nove anos de prisão, mas a defesa da jovem denunciante pede 12, a pena máxima para agressão sexual na Espanha.
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