Daniel AlvesAFP

Espanha - Começou nesta segunda-feira o julgamento de Daniel Alves, em Barcelona, na Espanha, por uma suposta agressão sexual contra um mulher de 23 anos em uma casa noturna na cidade catalã. O brasileiro alega e inocência e afirma que a relação foi consensual. A defesa do atleta, encabeçada pela advogada Inés Guardiola, pediu a suspensão da audiência, mas teve o pedido negado pela juíza Isabel Delgado Pérez.

Em contrapartida, a magistrada aceitou o pedido para que o jogador preste depoimento no final do julgamento, após serem ouvidos a denunciante, testemunhas e peritos. Os trabalhos têm previsão para serem encerrados na quarta-feira desta semana.

A defesa de Daniel Alves requisitou a suspensão do julgamento oral alegando ter ocorrido investigações iniciais sem o conhecimento do jogador, afirmando que o atleta poderia ter realizado teste do bafômetro no período - em sua mais recente sustentação, o atleta afirma que estava alcoolizado na noite do ocorrido.

A advogada citou também o fato de o juiz de instrução ter negado o pedido para que um segundo perito examinasse a mulher que acusa Daniel Alves, reclamou de um "julgamento paralelo" da imprensa, o que teria pesado na decisão de prisão preventiva, e comentou que o jogador vive situação financeira complicada, com dúvidas de quase R$ 3 milhões com a Fazenda da Espanha.

O depoimento de Daniel Alves estava previsto para acontecer nesta segunda-feira. Ele chegou ao tribunal escoltado pela polícia e entrou no local pela porta dos fundos, vestindo calça jeans e camisa social branca. Familiares do jogador, como o irmão Ney Alves, e a mãe, Lúcia Alves, marcaram presença no julgamento.
RELEMBRE O CASO

O caso teve sua primeira repercussão na imprensa espanhola ainda no ano passado. No dia 31 de dezembro, o diário ABC revelou que Daniel Alves teria violentado sexualmente uma jovem na casa noturna Sutton no dia anterior. A mulher esteve acompanhada por amigas a todo o instante e a equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia, que colheu o depoimento da vítima.

No dia 10 de janeiro, a Justiça espanhola aceitou a denúncia e passou a investigar o jogador brasileiro, que, por muitos anos, defendeu a camisa do Barcelona. Inconsistências nas versões dadas pelo atleta à Justiça, além da possibilidade de fuga do país europeu, fizeram com que a juíza Maria Concepción Canton Martín decretasse a prisão no dia 20 de janeiro.

Durante o período em que está recluso, o brasileiro mudou o seu depoimento por mais de uma vez, trocou de advogado de defesa e teve negado outros recursos para responder à acusação em liberdade. Além disso, entrou em um processo de divórcio com a modelo e empresária espanhola Joana Sanz, que acabou não indo adiante. Nas contradições, Daniel Alves chegou a dizer que não conhecia a mulher que o acusava. Depois, argumentou que houve relação sexual com ela, mas de forma consensual.

Após nova mudança de direção, a defesa de Daniel Alves vai alegar, durante o julgamento, que o jogador estava bêbado na noite em que foi acusado do abuso. De acordo com El Periódico, esta nova versão dos fatos, a quinta apresentada pelos advogados, tem a intenção de atenuar a pena do jogador brasileiro, pois o colocaria como "uma pessoa sem conhecimentos de suas ações" em razão dos efeitos do álcool.