Publicado 14/08/2024 09:50
França - O Ministério Público da França abriu investigação nesta quarta-feira para apurar a denúncia da boxeadora Imane Khelif, alvo de ataques online e fake news durante a Olimpíada de Paris-2024. A medalhista de ouro na categoria até 66kg foi atacada numa campanha de desinformação que questionava seu gênero.
PublicidadeAntes mesmo do fim dos Jogos Olímpicos, Khelif fez uma queixa formal na Justiça francesa na sexta-feira passada. O advogado da boxeadora, Nabil Boudi, alegou que a atleta foi alvo de um "grave assédio cibernético". Em comunicado, ele descreveu o caso como uma "campanha misógina, racista e sexista" contra a atleta da Argélia.
LEIA MAIS: CBF busca fazer a melhor Copa do Mundo feminina
Nesta quarta, o Ministério Público decidiu abrir investigação para apurar o caso. Os promotores informaram que receberam a denúncia e que o Gabinete de Combate aos Crimes contra a Humanidade e Crimes de Ódio abriu uma investigação sob acusações de "assédio cibernético com base no gênero, insultos públicos com base no gênero, incitação pública à discriminação e insultos públicos com base na origem".
Nesta quarta, o Ministério Público decidiu abrir investigação para apurar o caso. Os promotores informaram que receberam a denúncia e que o Gabinete de Combate aos Crimes contra a Humanidade e Crimes de Ódio abriu uma investigação sob acusações de "assédio cibernético com base no gênero, insultos públicos com base no gênero, incitação pública à discriminação e insultos públicos com base na origem".
Khelif se tornou alvo de ataques online após sua primeira luta em Paris-2024. O confronto terminou antes do esperado porque a adversária, a italiana Angela Carini, desistiu ainda nos primeiros segundos após sofrer um golpe no rosto. Mais tarde ela veio a explicar que tinha uma lesão no nariz e que o primeiro soco aumentou as dores, inviabilizando a sequência da luta.
A rápida desistência abriu porta para falsas alegações de que Khelif era transgênero. A fake news teve como combustível um teste de gênero que a argelina e uma outra boxeadora fizeram no Mundial de Boxe de 2023. Na ocasião, elas foram reprovadas pela Associação Internacional de Boxe (IBA, na sigla em inglês). A entidade está envolvida em diversas polêmicas e já havia sido descredenciada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), que rejeitou a credibilidade dos testes.
Com base no teste aplicado pela IBA, Imane Khelif e uma outra boxeadora, sul-coreana, foram alvo de diversos ataques nas redes sociais. Entre aqueles que fizeram posts com desinformação estão o ex-presidente americano Donald Trump, o empresário Elon Musk e a escritora J. K. Rowling.
A queixa legal de Khelif foi apresentada contra plataformas de mídia social, incluindo a rede social "X" (antigo Twitter), cujo dono é Musk. A denúncia não citou nomes ou apontou um responsável específico pelas postagens, algo comum na lei francesa que deixa a cargo dos investigadores determinar qual pessoa ou organização pode ter sido a culpada. O gabinete do promotor de Paris também não nomeou suspeitos específicos.
Antes da queixa formal de Khelif na Justiça, Kirsty Burrows, autoridade responsável pela unidade de proteção e saúde mental do COI, já havia apresentado uma reclamação às autoridades francesas dizendo que recebeu ameaças de morte e assédio online após uma entrevista coletiva em Paris na qual ela falou em defesa de Khelif.
A rápida desistência abriu porta para falsas alegações de que Khelif era transgênero. A fake news teve como combustível um teste de gênero que a argelina e uma outra boxeadora fizeram no Mundial de Boxe de 2023. Na ocasião, elas foram reprovadas pela Associação Internacional de Boxe (IBA, na sigla em inglês). A entidade está envolvida em diversas polêmicas e já havia sido descredenciada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), que rejeitou a credibilidade dos testes.
Com base no teste aplicado pela IBA, Imane Khelif e uma outra boxeadora, sul-coreana, foram alvo de diversos ataques nas redes sociais. Entre aqueles que fizeram posts com desinformação estão o ex-presidente americano Donald Trump, o empresário Elon Musk e a escritora J. K. Rowling.
A queixa legal de Khelif foi apresentada contra plataformas de mídia social, incluindo a rede social "X" (antigo Twitter), cujo dono é Musk. A denúncia não citou nomes ou apontou um responsável específico pelas postagens, algo comum na lei francesa que deixa a cargo dos investigadores determinar qual pessoa ou organização pode ter sido a culpada. O gabinete do promotor de Paris também não nomeou suspeitos específicos.
Antes da queixa formal de Khelif na Justiça, Kirsty Burrows, autoridade responsável pela unidade de proteção e saúde mental do COI, já havia apresentado uma reclamação às autoridades francesas dizendo que recebeu ameaças de morte e assédio online após uma entrevista coletiva em Paris na qual ela falou em defesa de Khelif.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.