Galvão Bueno analisou escolhas de Carlo AncelottiReprodução / Instagram e Rafael Ribeiro / CBF

O locutor Galvão Bueno, de 74 anos, afirmou que a grande preocupação do técnico Carlo Ancelotti, na sua estreia no comando da Seleção, era não perder. O veterano narrador analisou o empate em 0 a 0 entre Equador e Brasil, nesta quinta-feira (6), pelas Eliminatórias da Copa, opinou sobre as escolhas do novo treinador e projetou os próximos duelos.
"Eu tenho certeza que muita gente deve estar decepcionada com o resultado e a forma que a partida foi jogada nesse 0 a 0 de Equador e Brasil na estreia do técnico Ancelotti. Eu não esperava nada diferente. Nenhum técnico é mágico. Ninguém faz mudar inteiramente um time com dois dias para treinar. Então, o que ele fez? Eu o conheço bem, há muito tempo. Tudo que deve ter passado na cabeça dele deve ter sido: 'Não posso perder. A seleção brasileira não pode perder na minha estreia'", disse, em publicação nas redes sociais.
 
 
 
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"Então, ele confiou mais naqueles jogadores que ele conhece, do dia-a-dia no futebol europeu, com laterais que apoiam menos, se seguram mais, com dois volantes, e movimentação no ataque, marcação baixa, para tentar espaço para contra-ataques na velocidade, com Estêvão e Vinícius Júnior, já que o Raphinha está fora e só volta no jogo contra o Paraguai."
Na avaliação de Galvão, as entrevistas dos jogadores, que ressaltaram a força defensiva do Brasil, deixam isso claro. "Ele sabe que pode ir muito mais à frente. Ele tem Raphinha para voltar, Rodrygo, que está machucado, ele tem várias opções, pode mexer no meio-campo... Um dia, pode até ter o Neymar de volta, se ele se recuperar a tempo para outros jogos", ponderou.
O locutor também projetou os próximos jogos da Seleção, e deixou claro que a vitória contra o Paraguai, na próxima terça-feira (10), é essencial para a sequência das Eliminatórias.
"O Paraguai ganhou do Uruguai. O Brasil, nesse momento, é 4º colocado. Se não ganhar do Paraguai, no próximo jogo, pode cair para a 5ª posição com um bom resultado do Uruguai, e aí entrar lá na última rodada em uma posição desagradável. Então, ele sabe. Se podia empatar esse jogo, tem que ganhar do Paraguai. Aí, entra o Raphinha, ele pode entrar com Martinelli, com dois volantes, três atacantes, arriscar um pouco mais, colocar um lateral-direito, por exemplo, que suba mais e se libere mais, soltar mais o time e partir para ganhar o jogo. A grande preocupação do Ancelotti, hoje, era não perder", afirmou.
'Condições complicadas'
Na coletiva de imprensa após o empate, Ancelotti elogiou a defesa do Brasil. "Foi uma partida muito boa a nível defensivo, vi a equipe melhor com a bola, com um jogo um pouco mais fluído. No final, foi um bom empate e saímos satisfeitos, com confiança para o próximo jogo", declarou o italiano em entrevista coletiva.
O treinador italiano também explicou as dificuldades na criação. "Creio que as condições foram complicadas para fazer um jogo combinado. Tivemos boas oportunidades com Vini e Casemiro na segunda parte, mas também temos que também levar em conta a força do rival. Eles jogaram uma boa partida, assim como nós".
Com o resultado, o Brasil chegou aos 22 pontos e permaneceu na quarta posição na tabela.