Sob o comando de Renato Paiva, Botafogo conquistou sua primeira vitória na LibertadoresVítor Silva / Botafogo
Paiva dedica vitória a Manga e elogia desempenho defensivo do Botafogo: 'Satisfeito'
Técnico analisou a atuação alvinegra no triunfo sobre o Carabobo, da Venezuela
Rio - Após a vitória sofrida do Botafogo por 2 a 0 sobre o Carabobo, da Venezuela, pela Libertadores, o técnico Renato Paiva analisou a atuação alvinegra no Nilton Santos. Depois de dedicar o resultado a Manga, ídolo do clube que faleceu nesta terça-feira (8), o comandante rasgou elogios, principalmente, ao sistema defensivo.
"Em quatro jogos, somente um gol sofrido. Isso nos deixa satisfeito. Não há jogos fáceis, isso é Libertadores. Concedemos de vez em quando oportunidades, porque somos uma equipe ofensiva, colocamos muita gente no meio-campo adversário. Em vários momentos John era o único na defesa. Se abdica de colocar gente na frente tu não é corajoso, tem medo. Então não pode estar aqui", iniciou o treinador.
"Analisando, qual é o momento premium do Carabobo? Ou bola parada ou pegar o time desequilibrado. Óbvio que com tanto espaço que deixamos no nosso campo, basta um duelo perdido, uma saída mais rápida, uma distração e vem o adversário. Obviamente vão haver momentos de desequilíbrio porque os jogadores são humanos", complementou.
Renato Paiva também fez questão de destacar que o elenco fez exatamente o que planejou. "Às vezes, se confunde paciência com passividade. Não foi isso que aconteceu. Acabamos abrindo o adversário. Quanto mais fomos conseguindo, mais foram recuando. Estou muito orgulhoso dos meus jogadores porque eles não perderam o plano de jogo, de como desmontar um bloco (baixo) tão difícil", disse.
O Botafogo somou seus primeiros três pontos nesta edição da Libertadores. Na estreia, foi superado pela Universidad de Chile, fora de casa, por 1 a 0. Por outro lado, o Carabobo acumula duas derrotas e é o lanterna do Grupo A.
. Jogadas de linha de fundo: "Boa pergunta. Porque no momento do gol o Rwan iria entrar para jogar junto com o Mastriani. Iríamos jogar com dois jogadores na ponta para cruzar, com Patrick e Savarino pelo meio. Risco total e máximo, tínhamos que ganhar. Quando fizemos o gol troquei homem por homem, o adversário deu espaços".
. Jogadores criticados: "Em relação aos jogadores que a torcida e a mídia criticam, têm todo o direito. Querem espetáculo. Eu tenho uma vantagem porque estou no dia a dia e sei o que podem dar. Tem a razão e a paixão. Isso tem a ver com o conhecimento que temos. Por exemplo, um bloco fechado perto da área, que se você não mexe, vai entrar num cansaço físico e mental. Por isso que trocamos os laterais. O Marlon tem muitos jogos, e o Patrick carrega a bola um pouco mais. O torcedor quer ganhar e ver um grande espetáculo. Mas se perguntar se prefere ganhar mesmo sem jogar bem eles vão querer. Falei aos jogadores que tenho orgulho. Meu trabalho é encontrar soluções no banco, mas às vezes não vão surtir efeito".
. Número de cruzamentos: "Não gosto de um jogo muito lateralizado, mas não é proibido. Se for para ser campeão assim, eu aceito. Mas entendo a reclamação, é difícil, e acontece de cruzar. E aí entra na estatísticas de muitos cruzamentos errados. Precisamos consertar isso. Às vezes cruza no desespero com um contra quatro e não acerta, mas às vezes tem mais e acerta. Vamos melhorar, mas temos que ter equilíbrio".
. Apoio da torcida: "A torcida tem direito de se manifestar. Podem até ter vaiado o Santi, mas o que fizeram em 90 minutos foi fantástico. Não estou puxando saco. Meu assistente precisava falar quase ao ouvido porque não escutava. Isso é importante. Agradeço de coração aos torcedores que apoiam durante 90 minutos, incondicionalmente. Depois o jogo parou, podem vaiar. Eu não percebi as vaias, mas pode ter acontecido. O que fica é o direito da torcida de manifestar, de cobrar, mas não vou ficar com o copo meio vazio, vou ficar com o esforço que a torcida fez olhando para uma equipe que não está jogando tão bem, mas continuaram ali, presentes".
. Desempenho de Savarino: "Parece que joga com um drone na cabeça e vê coisas que ninguém vê. Tirar jogadores criativos da zona de criação para puxar para a zona de construção perde imaginação e criatividade na zona de criação. O Savarino, na zona onde é especialista, vai receber em algum momento onde é especialista. Eu prefiro que o Savarino fique na zona de criação, que o Igor e o Mastriani fiquem na zona de finalização e que os outros façam a bola chegar até eles. Dei os parabéns por não terem ido buscar a bola no desespero. Foi paciente".
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