SAF do Botafogo, de John Textor, vive momento delicado com brigas entre donosVítor Silva / Botafogo

Mais artigos de O Dia
O Dia
Em meio à briga na Justiça, John Textor defendeu-se da acusação do clube social de que não há dinheiro para investir na SAF do Botafogo. O empresário americano garantiu que tentou fazer um aporte do próprio bolso, mas que o grupo Ares, um dos investidores da Eagle, colocou condições que impediram a concretização da ação.
"Apresentei os termos para o investimento, eles aceitaram, mas queriam que eu assinasse um termo de quitação permitindo que o Lyon nunca nos pagasse a dívida. Então, na prática, eles me impediram de investir dinheiro. Eu estava pronto para arcar com a folha de pagamento", garantiu em entrevista ao Canal do TF.
Leia mais: Textor tenta resolver impasse com Botafogo e vê orçamento de 2026 em risco
A dívida do clube francês com o Glorioso refere-se ao dinheiro emprestado pela SAF para quitar pagamentos e cumprir obrigações para evitar o rebaixamento no campeonato francês. O valor seria de mais de R$ 770 milhões, retirados de valores de venda de jogadores e premiações.
"Eles só me permitiriam investir se eu concordasse em isentar o Lyon de responsabilidade. Foi uma situação horrível, porque, por um lado, eu estava tentando investir meu próprio dinheiro, mas estava sendo impedido. Então, sim, pegamos um empréstimo local e vamos pagar em 30 dias, mas a taxa de juros era muito alta. E isso só aconteceu porque eu garanti pessoalmente", explicou.
Segundo Textor, o Botafogo recuperou o fluxo de caixa com "algumas fontes de renda ligadas ao futebol", além do empréstimo para pagar salários. Ainda assim, apesar da situação delicada nos últimos meses, o empresário não vê uma crise financeira na SAF e rebateu o clube social.
"Desde 2021, houve muitos momentos em que nosso saldo em caixa esteve muito baixo e foi muito difícil. E sempre demos cobertura a isso. Sempre fortalecemos a equipe. E tivemos sucesso. O que está errado? Quão ruim está o nosso trabalho? Nossa relação dívida/receita era de 9 para 1 quando chegamos. Agora é de 1 para 1, e as receitas aumentaram dez vezes, enquanto a dívida do clube social, que chegou a valores enormes, estamos pagando", completou.