Bruno Henrique em treino do FlamengoMarcelo Cortes /CRF
Publicado 12/11/2024 13:15
Rio - A defesa do atacante do Flamengo, Bruno Henrique, de 33 anos, solicitou o arquivamento do processo em que o jogador é investigado por ter levado um cartão amarelo na partida entre Santos e Flamengo, no dia 1º de dezembro, do Campeonato Brasileiro do ano passado. A nota foi emitida pelo advogado Ricardo Pieri Nunes.
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A defesa do ídolo rubro-negro também pediu a devolução dos bens do atacante que foram apreendidos em operação da Polícia Federal realizada na semana passada na casa de Bruno Henrique na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A nota afirma que o caso já foi investigado e arquivado no STJD, alegando que o jogador teria esperado até os 52 minutos do segundo tempo para a receber um cartão amarelo supostamente premeditado, correndo o risco de ser substituído ao decorrer da partida.
Bruno Henrique é suspeito de ter tomado cartão na partida entre Flamengo e Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2023, para beneficiar apostadores. Dados obtidos junto às casas de apostas, por intermédio dos representantes legais indicados pela Secretaria de Prêmios de Apostas do Ministério da Fazenda (SPA/MF), apontaram que as apostas teriam sido efetuadas por parentes do jogador e por outro grupo ainda sob apuração. Uma possível pena varia de dois a seis anos de reclusão.
Na última terça-feira, dia 5, o atacante foi acordado pela chegada da Polícia Federal em sua casa na Barra da Tijuca, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ele entregou documentos, celulares e outros aparelhos eletrônicos. Além disso, uma empresa de Bruno Henrique também foi alvo de operação da Polícia Federal. Por meio da sua assessoria, o jogador informou que não irá se posicionar sobre a investigação e sobre a operação neste momento.
Mais de 50 Policiais federais e seis promotores de Justiça do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) cumpriram 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça do Distrito Federal, nas cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vespasiano, Minas Gerais, Lagoa Santa, Minas Gerais, e Ribeirão das Neves, Minas Gerais. A operação também conta com o apoio do Gaeco de Minas Gerais.
A investigação teve início a partir de comunicação feita pela Unidade de Integridade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). De acordo com relatórios da International Betting Integrity Association (IBIA) e Sportradar, que fazem análise de risco, há suspeitas de manipulação do mercado de cartões na partida do Campeonato Brasileiro.
Confira a nota da defesa de Bruno Henrique:
"Após análise de documentos que baseiam a operação da Polícia Federal e do Ministério Público contra o atleta Bruno Henrique, do Flamengo, por suposta manipulação em partida válida contra o Santos pelo Campeonato Brasileiro de 2023, a defesa do atacante vem a público reforçar o caráter íntegro de seu cliente, que tem uma carreira vitoriosa moldada por ética e correção. Protocolizamos no último sábado na Justiça pedido de arquivamento da investigação e a imediata devolução de seus bens apreendidos em operação na última terça-feira.

É de se ressaltar que este caso já foi investigado e arquivado no STJD, por não encontrar indícios de manipulação por parte do referido atleta. O tribunal entendeu que o lance em questão, no qual foi aplicado o cartão amarelo a Bruno Henrique, nem sequer era passível de falta.

O tribunal também destacou à época de sua investigação a inverossimilhança da tese de manipulação, uma vez que o referido atleta teria esperado até os 52 minutos do segundo tempo para receber um cartão amarelo supostamente premeditado, correndo o risco de ser substituído ao decorrer da partida.

Protocolizamos também pedido para análise das informações que foram fornecidas pelas três casas de apostas mencionadas no processo à IBIA (International Betting Integrity Association). Nem a Polícia Federal nem o Ministério Público procuraram aferir se o método técnico-científico para a produção e extração dos dados que baseiam a denúncia foi devidamente observado. Verifica-se nos autos que a equipe policial não se desincumbiu de trazer aos autos registros válidos sobre a produção e extração dos dados e não assegura a confiabilidade das informações apresentadas.

Esperamos que essa investigação possa também ser arquivada com brevidade para que o atleta possa seguir exercendo sua profissão com integridade e sem maiores danos à sua imagem, que já foi atingida de maneira injusta e irreparável por uma operação infundada."
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