Estádio Diego Armando Maradona será o palco da partida de ida entre Argentinos Juniors e Fluminense, pelas oitavas de final da Libertadores 2023Divulgação

Rio - Após 12 anos, Fluminense e Argentinos Juniors se reencontram nesta terça-feira (1), às 19h (de Brasília), no Estádio Diego Armando Maradona, pelo jogo de ida das oitavas de final da Libertadores. Em outras duas épocas, as equipes se enfrentaram pela fase de grupos da competição, em 1985 e 2011, com saldo positivo para os Tifón de Boyacá.
Entretanto, o último encontro proporcionou uma vitória inesquecível para os tricolores. Em jogo válido pela última rodada da fase de grupos da Libertadores de 2011, o Fluminense precisava da vitória por dois gols de diferença, fora de casa, contra o Argentinos Juniors. O Time de Guerreiros venceu por 4 a 2, conseguindo o gol da classificação nos minutos finais, e avançou às oitavas.
Na história, Fluminense e Argentinos Juniors já se enfrentaram quatro vezes em jogos oficiais, com uma vitória tricolor, um empate e duas derrotas. O número de gols marcados e sofridos é igual: seis para cada. Além desses jogos pela fase de grupos da Libertadores de 1985 e 2011, as equipes empataram por 1 a 1 em amistoso pelo Torneio de Verão do Rio em 1973, em São Januário. 

Como chega o Argentinos Juniors?

Há dois anos sob o comando do ex-jogador Gabriel Milito, o Argentinos Juniors aposta no trabalho coletivo. O time costuma jogar com um esquema de três zagueiros, cinco meias e dois atacantes, sendo uma equipe bastante ofensiva e que gosta de controlar a posse de bola. Nos últimos dez jogos, venceram cinco, perderam três e empataram dois.
No último jogo antes do confronto com o Fluminense pela Libertadores, o técnico Gabriel Milito poupou os titulares. O Argentinos Juniors foi derrotado pelo Estudiantes por 3 a 2, pela 27ª rodada do Campeonato Argentino, e teve uma sequência de três vitórias consecutivas encerrada. 
Na fase de grupos da Libertadores, o Argentinos Juniors somou 11 pontos (um a mais do que o Fluminense no Grupo D), mas avançou em segundo lugar no Grupo E, atrás do Independiente del Valle, com 12. Em seis jogos, venceram três, empataram dois e perderam um, além de oito gols marcados e seis sofridos.

Pontos fortes e fracos

O time comandado por Gabriel Milito se destaca pela capacidade de ditar o ritmo de jogo, principalmente quando atua dentro de casa. O Argentinos Juniors tem o 10º maior índice de posse de bola, com média de 55,5% por jogo. Nos três jogos como mandante, só não tiveram mais controle contra o Independiente del Valle, sétimo no ranking, com média de 56,5%. O Fluminense é o terceiro, atrás de Atlético-MG e Flamengo, com 60,7%. 
Por atuar num esquema com três zagueiros e dois alas, o Argentinos Juniors cria e sofre perigo quase que na mesma proporção. Os alas são participativos na construção das jogadas com as idas ao fundo e, por consequência, deixam espaços na defesa. Um dos pontos fortes do time é o jogo aéreo. Dos oito gols marcados na fase de grupos, três foram pelo alto. Eles também possuem o quinto maior índice de cruzamentos certos (5.3). O Fluminense, por sua vez, aparece em terceiro (5.8).
Justamente por jogar com alas, o Argentinos Juniors também explora bastante a bola longa - o que pode ser um problema para os comandados de Fernando Diniz, principalmente nas viradas de jogo após a perda da posse de bola. Os argentinos possuem o sétimo maior índice de acerto na bola longa (25.2). O Fluminense, por outro lado, tem um dos piores - é o 28º entre 32, com 16.7 de média por jogo. 
Porém, a defesa também sofre com a bola aérea, embora tenha sofrido apenas um gol assim na competição. Como os alas são participativos no ataque, os defensores ficam expostos. O Argentinos Juniors tem a quinta maior média de interceptações da competição (11.8) e o sexto maior de desarmes (19.7). Para piorar, o time ainda tem uma das menores taxas de faltas (12.2), mas mesmo assim é o campeão de expulsões (4).

Artilheiro em branco na Libertadores

O Fluminense não tem o que reclamar de Germán Cano, vice-artilheiro da Libertadores com seis gols. Por outro lado, o Argentinos Juniors viu o goleador Gabriel Ávalos passar em branco nos cinco jogos disputados na fase de grupos da competição. De acordo com a estatística do "SofaScore", Ávalos tem uma média de 3.27 gols esperados, mas ainda não balançou a rede. Na temporada, o centroavante paraguaio soma 14 gols, sendo 12 no Campeonato Argentino, em 31 partidas disputadas.

Destaques

Além do artilheiro Gabriel Ávalos, o Fluminense tem que prestar atenção em outros nomes como o meia Federico Redondo, filho do ídolo argentino Fernando Redondo, determinante para o funcionamento do meio-campo com seus passes verticais e bola longa, além do ala direita Javier Cabrera e do ponta esquerda Francisco Metilli. O meia Leonardo Heredia, que costuma sair do banco, também merece uma menção, já que soma dois gols e uma assistência em quatro jogos (num total de 91 minutos em campo).

Desfalques

O técnico Gabriel Milito terá dois problemas para resolver. O treinador não poderá contar com o ala esquerda Santiago Montiel, um dos jogadores mais importantes do time, além do seu reserva Fabricio Domínguez. Ambos possuem duas assistências na temporada, sendo as duas de Montiel na Libertadores. Por outro lado, o zagueiro, capitão e ídolo Miguel Torren retorna após cumprir suspensão. 

Velho conhecido

Em 2011, o Fluminense venceu o Argentinos Juniors por 4 a 2, no palco da partida desta terça-feira (1), e avançou às oitavas de final da Libertadores. Após o apito final, houve uma briga generalizada por causa da fúria dos argentinos com o resultado que custou a eliminação. O zagueiro Miguel Torren, capitão e ídolo do clube, é o único remanescente daquele episódio. 
E esse não foi o único encontro de Miguel Torren com o Fluminense. Em 2009, ele esteve em campo na derrota do Cerro Porteño por 2 a 1, que também terminou com classificação tricolor à final da Copa Sul-Americana, além de uma briga generalizada dos furiosos paraguaios. Agora, com 34 anos e veterano no futebol, Torren reencontra o Time de Guerreiros.