José Aldo vai enfrentar o canadense Aiemann Zahabi no card do UFC 315 (Foto: Reprodução/Instagram)

Ex-campeão peso-pena do UFC, José Aldo foi contundente ao analisar sua atuação contra Mario Bautista no UFC 307, em outubro do ano passado. Em entrevista aos jornalistas antes do UFC 310, que acontece no próximo sábado (10), o manauara detalhou a frustração com o próprio desempenho e expôs os fatores que, em sua visão, comprometeram o rendimento no octógono — especialmente a dificuldade em neutralizar a estratégia de pressão na grade adotada pelo adversário.

José Aldo, conhecido por seu estilo agressivo e explosivo, revelou ter se sentido limitado durante o combate. O brasileiro criticou duramente sua própria performance, destacando a frustração por não ter conseguido impor seu jogo ofensivo característico.

"Eu fiquei puto comigo mesmo, fiquei muito mal. Eu jamais vou tirar o mérito do meu oponente ou de qualquer coisa, mas eu me conhecendo, (eu sou) muito mais forte, muito mais habilidoso, muito mais tudo do que o Mário (Bautista). E eu ficar igual um retardado lá na grade, aceitando aquilo... Fiquei mal, cara. Depois da luta, eu não conseguia nem me ver ou falar qualquer coisa de luta, por aquilo que eu fiz ali dentro. Sei o quanto os fãs ficaram putos, o UFC, todo mundo", disse o ex-campeão.

Durante boa parte do combate, Mario Bautista conseguiu controlar José Aldo através de clinches prolongados e pressão contra a grade, o que impediu o brasileiro de utilizar suas combinações de Boxe e chutes baixos — marcas registradas de sua carreira. A falta de separação por parte do árbitro também foi motivo de crítica por parte do lutador.

"Porr*, eu sou muito bem pago para fazer o meu trabalho, chegar lá dentro e não importa se é vitória ou derrota, mas você tem que fazer seu trabalho bem feito. Não é desrespeito ao oponente, mas eu tenho que focar em mim, como sempre foi. Antigamente, quando eu estava lá atrás, não tinha negócio de estudo, essa merd* de internet de hoje em dia, 'ah, o cara faz isso e aquilo'.

Eu ficava esperando uma coisa e não aconteceu porr* nenhuma, e o juiz também não separava aquela merd*, e aí ficou uma luta feia pra caralh*, onde eu fiquei muito puto, que eu nem consegui assistir a luta, não conseguia falar sobre a luta também. Então é chegar lá dentro, sair na porrada. Se é vitória ou derrota, não importa. É nisso que eu foquei e é isso que eu quero fazer".

Em preparação para o UFC 315, onde enfrentará Aiemann Zahabi no Canadá, José Aldo afirmou estar mais motivado e tecnicamente confiante. Segundo ele, o foco agora está em resgatar a essência ofensiva que marcou sua trajetória como campeão.

"Por tudo aquilo que eu sei que eu sou, eu tenho que fazer muito melhor. Eu tenho que chegar lá dentro (do octógono) e tenho que nocautear ele. Não tinha mão pesada (do Mario Bautista), não tinha nada. Eu via os golpes, ficava brincando e não lutei. Também não culpo o UFC. Parece que eu sou igual vinho, quanto mais velho vai ficando, melhor. Estou muito mais explosivo, muito mais experiente e muito mais rápido. (...) É por isso que eu não posso chegar e ficar igual um retardado", finalizou José Aldo.

A luta contra Aiemann Zahabi marca o retorno de José Aldo ao Canadá, país onde conquistou seu primeiro cinturão do UFC ao unificar os títulos do WEC e do Ultimate. O duelo está programado para este sábado (10), e o brasileiro surge como favorito, com expectativa de recuperação no cenário do peso-galo.