Marie-José Perec e Teddy Riner acenderam a pira olímpicaDivulgação/COI
Publicado 26/07/2024 18:31
França - Está oficialmente aberta a 33ª edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Debaixo de chuva na tarde desta sexta-feira (26), em uma cerimônia que apostou na ousadia e homenageou elementos da cultura francesa, Paris deu início à terceira Olimpíada de sua história, com 205 delegações, compostas por 6800 atletas, desfilando em 85 barcos pelas águas do Rio Sena diante de um público de mais de 300 mil pessoas nas margens.
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A cerimônia teve início com imagens gravados no Stade de France. Por lá, Zinedine Zidane, maior jogador da história do futebol francês, pegou a tocha olímpica e teve a missão de levá-la pelas ruas de Paris até o Rio Sena, onde acontecia a festa.

Lady Gaga e festa no barco do Brasil

Em seguida, as primeiras delegações começaram a desfilar nas águas. A Grécia, precursora dos Jogos, seguiu a tradição de abrir o desfile, seguida pela embarcação dos refugiados, que contava com atletas de 11 países.
Logo depois, surgiu a primeira atração do evento. E que atração: a cantora Lady Gaga! Às margens do Rio Sena, a estrela norte-americana apareceu com um vestido preto e pompons rosa na escadaria do Grand Ballet.
Lady Gaga se apresentou na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024AFP
Após a apresentação da artista, chegou a segunda leva de barcos. Nela, estava a delegação brasileira, que foi a 29ª a desfilar. Com 130 pessoas a bordo, sendo 50 atletas, a embarcação brasileira teve Isaquias Queiroz e Raquel Kochhann como os porta-bandeiras.
A segunda atração musical foi a banda de metal Gojira. Em um palácio à margem do Sena, os músicos fizeram uma apresentação emocionante acompanhados da cantora de ópera Marina Viotti, com um verdadeiro show de luzes. Mais tarde, guardas da banda republicana tocaram seus instrumentos acompanhados pela cantora pop Aya Nakamura e seus dançarinos, na Ponte da Artes, em celebração à língua francesa.

Guerra afeta desfile de Israel

Um dos momentos que mais chamou atenção na cerimônia de abertura foi o desfile da delegação de Israel. Por questões de segurança, a embarcação do país, que vive em guerra com o Hamas e ocupa território da Palestina, atravessou as águas do Sena acompanhado de um barco militar. Os atletas ficaram na parte interna do veículo, que iniciou a travessia apenas com uma placa com o nome de Israel do lado de fora.
Barco de Israel surgiu vazio na abertura das OlimpíadasClodagh Kilcoyne / POOL / AFP

Presença dos Minions e cultura francesa

O mistério sobre quem acenderia a pira olímpica foi mantido até o último segundo. Um vídeo com o escolhido, mascarado, passando com a tocha passando pelo Museu de Orsay, homenageou o cinema. Os Minions, personagens infantis criados pelos franceses Pierre Coffin e Chris Renaud, apareceram se enrolando ao fugir de um roubo, que terminou com o afundamento do submarino em que estavam. O objeto roubado era nada mais nada menos do que a Monalisa, de Leonardo da Vinci.
A moda francesa também marcou presença na festa. Em uma ponte sobre o Rio Sena, uma passarela foi montada e as modelos desfilaram e dançaram com roupas desenhadas por jovens estilistas francesas. O hino da França também foi cantado, na voz da cantora Axelle Saint-Cirel. Outros elementos da cultura do país, como Fantasma da Ópera, Asterix e catacumbas também tiveram referências.

Show aos pés da Torre Eiffel

Já com o cair da noite, o desfile das delegações se encaminhou para o fim. Pela primeira vez, o país-sede da próxima edição dos Jogos apareceu na penúltima posição, com os atletas dos Estados Unidos, que será a maior equipe em Paris, com 690 atletas. Os franceses, anfitriões neste ano e que contam com 609 esportistas, foram os responsáveis por fechar a festa nas águas.
Na reta final, estrelas foram projetadas na Torre Eiffel, que passou a contar com iluminação azul. Com o monumento ao fundo, uma apresentação de dança celebrou a diversidade com artistas de variadas etnias e gêneros. A icônica canção Imagine, de John Lennon, foi interpretada sobre o Rio Sena como uma mensagem de paz.
Torre Eiffel foi iluminada de azul na abertura das OlimpíadasDivulgação/COI

Acendimento da pira

Após toda festa, o personagem misterioso, que apareceu mascarado durante toda cerimônia, atravessou o Rio Sena em cima de cavalo metálico, meio robótico, flutuando sobre as águas do Sena, até chegar aos pés da Torre Eiffel com a bandeira dos Jogos Olímpicos. Lá, ela foi hasteada diante de uma arquibancada formada por personalidades, líderes políticos e e dirigentes esportivos, além de alguns atletas.
Personagem misterioso na chegada à Torre EiffelDivulgação/COI
Após o discurso de autoridades e do presidente Emmanuel Macron, chegou a hora de simbolizar a abertura das Olimpíadas. O ex-jogador de futebol e ídolo francês Zinedine Zidane, que apareceu no vídeo de abertura da cerimônia, apareceu para receber a tocha do mascarado e levá-la até o tenista Rafael Nadal, que está se despedindo dos Jogos. 
Zinedine Zidane entregou a chama olímpica para Rafael NadalDivulgação/COI
De lancha, o tenista espanhol seguiu pelo Rio Sena em direção ao Museu do Louvre com a chama olímpica. Ainda na embarcação, ele passou o objeto para a tenista Serena Williams. Na sequência, a ginasta romena Nadia Comaneci e o velocista norte-americano Carl Lewis conduziram o fogo.
Já em terra, a ex-tenista Amélie Mauresmo recebeu a tocha do quarteto que estava na lancha e correu pelo calçadão do Sena em direção ao Louvre. Depois, ela recebeu a companhia do ídolo do basquete Tony Parker e de atletas paralímpicos. Ao longo do percurso, diversos nomes da história do esporte olímpico se juntaram ao cortejo.
Coube a um casal a honraria de acender a pira dos Jogos Olímpicos de Paris. O judoca Teddy Riner, tricampeão olímpico, e a lenda do atletismo Marie-José Perec, também dona de três medalhas douradas, caminharam com a tocha até a pira, que tem a forma de um balão e começou a flutuar flamejante.
No alto da Torre Eiffel, Celine Dion encerrou a cerimônia. Foi a primeira apresentação da cantora desde que ela se afastou dos palcos após ser diagnosticada com uma síndrome rara em dezembro de 2022.
 
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