Rio - O Vasco rebateu as críticas sobre São Januário. Em nota oficial publicada nesta segunda-feira (26), o Cruz-Maltino alegou "desrespeito" a tentativa de tirar jogos do estádio devido à localização em uma área popular da cidade. O local foi interditado na última sexta-feira (23) após os incidentes ocorridos após a derrota diante do Goiás, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Após a derrota sofrida diante do Goiás, houve incidentes dentro e fora do estádio, como arremesso de sinalizadores dentro de campo, além de confrontos entre policiais e torcedores nos arredores. A decisão pela interdição foi tomada em caráter liminar pelo Juizado Especial do Torcedor e Grandes Eventos, depois de pedido do Ministério Público.
Além da interdição do estádio, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) puniu o Vasco com 30 dias de portões fechados como mandante e proibiu a presença de torcedores nos jogos como visitante. O Cruz-Maltino só poderá voltar a jogar em São Januário após apresentar laudos que comprovem condições necessárias e autorizadas por órgãos de segurança do Rio de Janeiro.
Confira a nota oficial do Vasco:
"O Club de Regatas Vasco da Gama vem a público repudiar de forma veemente as manifestações preconceituosas lançadas nos últimos dias contra nosso Estádio de São Januário.
Infelizmente não são as primeiras.
Tentar induzir que São Januário não tem condições de receber jogos de futebol por estar localizado numa área popular da cidade é um desrespeito com o Vasco da Gama e seus torcedores.
Nosso estádio é localizado, sim, na Barreira do Vasco, e também próximo ao Morro do Tuiutí e da comunidade do Arará. Estamos enraizados numa área popular da Zona Norte do Rio de Janeiro e isso é motivo de orgulho para as vascaínas e vascaínos.
Condicionar uma área popular, uma comunidade ou uma favela, a atos de violência ou degradação moral é absolutamente inaceitável.
Nos fazem lembrar do tempo em que certas ligas esportivas proibiam negros e brancos de baixa condição social de jogarem o futebol, porque na visão dos dirigentes dessas associações, essas pessoas, de forma natural, não teriam condições morais de praticar esse esporte.
Nosso estádio é fruto da luta contra o racismo e o preconceito social no futebol. Ele foi construído com o trabalho, suor e dinheiro dos vascaínos e, há quase 100 anos, recebe torcedores em segurança e perfeita integração com seu entorno.
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