De Itaguaí para a Universidade Rural de Nova Iguaçu, o público poderá se encantar com o acervo da ‘Vida e Obra de Lélia Gonzalez" até o dia 31 de março. Foto/ Divulgação

Itaguaí- A exposição apresenta um raro material que remonta a história do Movimento Negro no Brasil. Através dela tem promovido oficinas com as temáticas, círculos de diálogo, apresentações artísticas e culturais, compromissados com a memória e legado ancestral de Jair de Ogum e Lélia Gonzalez. De Itaguaí para a Universidade Rural de Nova Iguaçu, o público poderá se encantar com o acervo da ‘Vida e Obra de Lélia Gonzalez” até o dia 31 de março.
Cangiraué é um passarinho, e foi no Ilê da Oxum Apará que Lélia Gonzalez (Cangiraué) fez um de seus ninhos ao ir para o Orum. Mulher, negra, intelectual e ativista, foi pioneira nas discussões sobre relação entre gênero e raça; seu pensamento foi constituído pela filosofia, psicanálise e candomblé. Para Lélia, as comunidades tradicionais são o sistema de organização do povo negro no Brasil, ela afirma que o candomblé -religião de matriz africana- que se tornou afro brasileira, foi eleito por uma parte da militância negra como elemento da “bagagem cultural” da diáspora e sinal de africanidade.
Segundo o Babalorixá Jair de Ogum, a quem Lélia Gonzalez acompanha desde 1972 e ajudou a fundar a primeira casa de Santo Ilê da Oxum Apará. Gonzalez tinha o sonho de ter uma sala de leitura para estudos, e ele construiu um memorial para ela em Itaguaí/RJ, que está aberto à pesquisa e estudos da memória de Lélia Gonzalez. Conhecer Iorubá, saber o que é axé, conhecer as raízes da africanidade foi o exercício da ativista que chegou a ir à Nigéria aprofundar seus estudos sobre Oxum. Para ela, as comunidades tradicionais de matriz africana representavam o social, cultural, político e o espiritual, reafirmando assim a filosofia africana de ser no mundo.
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