Programação contou ainda com as palestrasFoto: Divulgação
Simpósio de Febre de Oropouche com foco na atenção materno-infantil é realizado na Unimed
Nas gestantes, o Oropouche se associa a riscos aumentados de perda gestacional, parto prematuro e anomalias congênitas
Macaé - O Simpósio de Febre Oropuche com foco na atenção materno-infantil, foi realizado na noite de quinta-feira (27), no auditório da Unimed. O encontro contou com representantes da Secretaria de Saúde do município.
A mesa de abertura do encontro contou com a participação da Coordenadora do Programa de Vigilância Epidemiológica, a enfermeira, Liciane Furtado; do Coordenador da Maternidade do HPM, o obstetra, Nilo Siqueira; Coordenador da Maternidade Hospital Unimed Costa do Sol (HUCS), Bernardo Soares; da médica Coordenadora da UTI Neo Pediátrica do HUCS e a Coordenadora da Maternidade do HPM, da pediatra, Eliane Valtes.
A Coordenadora do Programa de Vigilância Epidemiológica, a enfermeira Liciane Furtado, ressaltou a parceria com a Unimed para a realização do encontro.
“O objetivo é focar na febre Oropuche, pois estamos enfrentando essa questão no município e vem crescendo muito o número de casos. O risco é maior para as gestantes e por isso, temos que ter um olhar diferenciado. Nesse encontro vamos passar sobre o cenário que se encontra o município e o que sabemos sobre essa doença”, explicou.
A médica infectologista do Programa de Vigilância Municipal, Fernanda Rodrigues, apresentou a palestra com o tema: Dados epidemiológicos e exames laboratorias da febre do oropouche no município de Macaé.
Durante a sua apresentação, a especialista fez uma comparação do número de casos de dengue de 2024, com 2025. No ano passado, foram registradas 11 mortes confirmadas pela doença.
Ela mostrou ainda que os casos da doença atingem mais os bairros Parque Aeroporto e Lagomar.
“O Oropuche é uma doença antiga mais conhecida na região amazônica e os registros da febre vem aumentando muito. Atualmente foram 11 casos notificados em gestantes e três confirmados até esta quinta-feira (27)”, contou.
Segundo ela, dos 156 casos notificados, 86 foram confirmados. No entanto, a especialista alerta que esses números podem mudar a cada dia, com resultados de novos exames laboratoriais.
“Os sintomas da febre são semelhantes ao do zika vírus e podem causar mal formação do feto, causando até abortos”, alertou.
A programação contou ainda com as palestras: Manejo clínico da febre do oropouche materno-infantil, com a especialista em Doenças Infecciosas e Parasitárias, Cristina Barros Hofer; Maruim o principal vetor do virus oropouche, com o doutorando e Mestre pelo Programa de Pós - Graduação em Ciências Ambientais e Conservação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ/ NUPEM), Willian Rodrigues da Costa.
Saiba mais sobre a doença
O Oropouche que é uma doença causada por um arbovírus (vírus transmitido pelo inseto Culicoides paraensis), conhecido como maruim ou mosquito pólvora, mas também já foi evidenciada em análise de laboratório, a transmissão pelo mosquito Culex quinquefasciatus (Diptera: Culicidae).
O quadro clínico se inicia com febre repentina acompanhada de dor de cabeça intensa, dor muscular e dor articular. Também podem estar presentes: tontura, náuseas, vômitos, dor nos olhos, manchas avermelhadas no corpo, entre outros sintomas que podem ser confundidos com outras doenças febris, especialmente a dengue, chikungunya e zika. Os sintomas duram de dois a sete dias.
Nas gestantes, o Oropouche se associa a riscos aumentados de perda gestacional, parto prematuro e anomalias congênitas.
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