Clementino Júnior traz sua produção cinematográfica e experiências vividas para enriquecer o debate sobre o racismo estrutural em MacaéFoto: Ilustração
Cineasta Clementino Júnior promove reflexão sobre o racismo e a luta antirracista em Macaé
Programação aberta ao público abordará igualdade racial, memória e identidade negra por meio de cinema e debates
Macaé - O cineasta Clementino Júnior chega a Macaé nesta semana para uma série de eventos que prometem enriquecer o debate sobre a luta antirracista e a promoção da igualdade racial. Com uma programação que une cinema, educação e mobilização social, o evento Visualidades na luta antirracista, promovido pelo Centro de Formação Carolina Garcia, será uma oportunidade única para a comunidade refletir sobre o racismo e as narrativas negras no Brasil.
As atividades, que serão realizadas nesta sexta-feira (5) e sábado (6), incluem a exibição de documentários premiados e debates que buscam resgatar memórias e histórias de figuras negras importantes, frequentemente apagadas pelas narrativas tradicionais. O evento é aberto ao público e ocorrerá na Cidade Universitária de Macaé e no Sindipetro-NF.
Na sexta-feira, Clementino apresentará o documentário Trem do Soul, que celebra um movimento jovem, negro e periférico do Rio de Janeiro na década de 1970, conhecido por sua força cultural e impacto social. A obra será seguida de um debate mediado pelo professor e jornalista Gerson Dudus. Já no sábado, o cineasta exibe Quanto Vale 1 Década?, que retrata as consequências do rompimento da Barragem de Fundão em Mariana (MG) e os impactos socioambientais sobre as vítimas da tragédia. A sessão contará com a mediação do professor Paulo Henrique Dantas.
Além de sua produção cinematográfica, Clementino Júnior tem sido uma importante voz na educação audiovisual. Há mais de 15 anos, ele compartilha seu conhecimento em escolas, universidades e movimentos sociais, utilizando o cinema como ferramenta pedagógica e de conscientização. A proposta de seus documentários e palestras é provocar uma reflexão crítica sobre o racismo estrutural e, ao mesmo tempo, valorizar as narrativas que surgem da diáspora africana, um tema central em sua obra.
“A luta antirracista precisa ser constante e a educação é uma das ferramentas mais poderosas que temos para enfrentar o racismo estrutural. O cinema, com suas imagens e narrativas, tem o poder de sensibilizar e transformar nossa percepção da realidade”, explica Clementino Júnior.
Clementino Júnior é um nome consagrado no cenário audiovisual brasileiro, com cerca de 30 filmes autorais em seu portfólio. Seus trabalhos, como curtas, animações e documentários, abordam temas essenciais para a construção de uma memória coletiva inclusiva e plural. Além disso, ele é educador e mobilizador cultural, sendo responsável por diversas ações que conectam o cinema aos movimentos sociais.
Este encontro em Macaé será uma chance para a cidade se envolver mais profundamente com as questões raciais e promover um debate aberto e reflexivo sobre a importância de fortalecer a identidade negra e a memória histórica de forma crítica e participativa.
O evento é gratuito e está aberto a todos os interessados, com uma programação que integra cinema, educação e cultura. Não perca essa oportunidade de aprender mais sobre as histórias que moldaram a sociedade e de refletir sobre como podemos, juntos, construir um futuro mais igualitário.

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