Os agentes cumpriram 21 mandados de busca e apreensão, concentrados em Macaé e na ParaíbaFoto: Divulgação

Macaé - A Polícia Federal colocou Macaé no centro de uma apuração que revela um cenário grave: a possível atuação de um grupo estruturado para interferir no resultado das eleições da cidade. A Operação Nova Capistrum, deflagrada nesta terça (2), ganhou força ao apontar que empresários, políticos e servidores públicos teriam montado um esquema para influenciar o voto, manipular contratos e movimentar cifras que chamaram atenção de órgãos de controle.
Os agentes cumpriram 21 mandados de busca e apreensão, concentrados em Macaé e na Paraíba. A investigação indica que empresas ligadas aos suspeitos mantinham contratos com a Prefeitura e a Câmara Municipal, funcionando como porta de entrada para lavagem de dinheiro e favorecimento político. O grupo, segundo a PF, teria contado ainda com apoio direto de facções criminosas e de uma narcomilícia com domínio territorial em áreas da cidade.
Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras revelam movimentações que chegam à casa dos milhões. A PF cita indícios de caixa dois, coação de eleitores, financiamento clandestino de campanhas e até ameaças a candidatos que atuavam de forma independente. Entre os alvos há empresários do setor de internet clandestina, conhecidos serviços de gatonet, e proprietários de distribuidoras de gás utilizadas para encobrir ações ilícitas.
As diligências também apontam que representantes supostamente apoiados por essas organizações chegaram a ser eleitos, reforçando a gravidade do caso. A atuação do grupo misturaria dinheiro, influência territorial e apoio armado para garantir espaço no poder público.
Os envolvidos podem responder por corrupção eleitoral, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A Operação Nova Capistrum reforça a tentativa das instituições de proteger a lisura das eleições e evitar que o crime organizado avance sobre a administração municipal.