Segundo informações do jornal New York Post, a medida foi tomada pela autoridades de saúde para evitar que eles sejam confundidos com criminosos, algo que é recorrente nos EUA, principalmente quando utilizam algum tipo de acessório no rosto ou cabeça.
A controversa medida, elaborada por autoridades de saúde, define que todos os cidadãos do condado devem utilizar máscaras de proteção quando estiverem na rua, além de manter distância de pelo menos 2 metros de outras pessoas. Já a população negra fica isenta para evitar qualquer tipo de episódio de racismo ou preconceito que poderia surgir pelo uso do acessório.
Porém, associações e entidades que lutam pelos direitos dos afroamericanos apontaram que a decisão é mais racista do que os episódios que tenta evitar. Ativistas ressaltaram, inclusive, que a não obrigatoriedade coloca os negros ainda mais em risco.
"Para muitos negros, a decisão de usar ou não uma máscara em público para se proteger do novo coronavírus é muito complicada porque pode trazer graves consequências, independentemente da escolha feita. Com a máscara, eles correm o risco de serem atacados, presos ou mortos. Sem ela, também", afirmou ReNika Moore, diretora do Programa de Justiça Racial da ACLU, em entrevista à CNN.
"Este é exatamente o estereótipo do homem negro criminoso definido pela sociedade: alguém que esteja com o rosto coberto. Basicamente, o uso de máscara faz com que essa pessoa pareça perigosa e se encaixe na típica descrição feita de um suspeito", lamenta Trevon Logan, professor de economia na Universidade de Ohio State.
O condado de Lincoln, que tem quase 50 mil habitantes e população predominantemente branca, é um dos primeiroa a isentar negros do uso de máscaras, assim como pessoas com deficiências ou condições médicas cuja respiração seria dificultada pelo acessório e crianças menores de 12 anos.