Rasmussen, ex-primeiro-ministro dinamarquês, atuou como secretário-geral da Otan entre 2009 e 2014AFP
Ex-chefe da Otan pede união das democracias durante visita a Taiwan
Anders Fogh Rasmussen também defendeu o direito da ilha de decidir o seu futuro
As democracias devem se unir para resistir ao "avanço das autocracias", declarou o ex-chefe da Organização do Tratado do Antlântico Norte (Otan), Anders Fogh Rasmussen, durante uma visita a Taiwan nesta quarta-feira, 4.
Rasmussen, ex-primeiro-ministro dinamarquês que atuou como secretário-geral da Otan entre 2009 e 2014, também defendeu o direito da ilha com o governo democrático de decidir seu futuro.
"Precisamos fortalecer nossa luta e nossos esforços para conter o avanço das autocracias", declarou Rasmussen durante um encontro com a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen.
"As democracias do mundo representam 60% da economia global. Se pudermos trabalhar juntos, então representaremos uma força formidável que vai infundir respeito em Pequim e outras capitais de nações autocráticas", insistiu o ex-líder da aliança militar.
Taiwan vive sob ameaça de invasão da China, que considera a ilha seu território a ser recuperado em algum momento, mesmo que isso envolva o uso da força. A invasão russa da Ucrânia aumentou os temores de que Pequim possa tentar algo semelhante.
Em suas declarações a Tsai, Rasmussen disse que Taiwan tem "o direito de existir em paz e liberdade" e de decidir seu próprio futuro.
O político dinamarquês criou a fundação Aliança das Democracias e desde 2020 convida Tsai a participar na cúpula anual das democracias, realizada em Copenhague. Devido ao convite, Pequim sancionou a organização em 2021.
A China se opõe a qualquer intercâmbio oficial entre outros países e Taiwan e reage cada vez mais furiosa às visitas de personalidades ocidentais a Taipei.
Pequim conduziu enormes exercícios militares ao redor da ilha após a viagem, em agosto do ano passado, da então presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi.
Em seu discurso de Ano Novo, Tsai disse que essas atividades militares eram de "pouca ajuda" para manter as relações e defendeu que "a guerra nunca foi uma opção para resolver problemas".