Parentes lamentam as vítimas no cemitério principal de Gaziantep, na Turquia, em 8 de fevereiro de 2023, dois dias após o terremoto atingir a cidade AFP

Temperaturas baixas, fome e sede complicam ainda mais as buscas por sobreviventes no terremoto avassalador que atingiu Turquia e Síria na madrugada de segunda-feira passada (6). O número de mortos, de acordo com dados oficiais, é de 20.296 pessoas (17.134 na Turquia e 3.162 na Síria).
As equipes de emergência se concentram em retirar pessoas presas nos escombros de prédios que desabaram total ou parcialmente. A tragédia alcançou nesta quinta (9) um dado sinistro, superando em número de vítimas o terremoto de 2011 em Fukushima, no Japão, que matou mais de 18.400 pessoas.
De acordo com informações da TV britânica BBC, as estradas danificadas pelo forte sismo dificultaram o transporte até as regiões mais isoladas, que não recebem maquinário e muito mesmo água e comida. Muitos sobreviventes dormem simplesmente no meio das ruas.
Na cidade de Gaziantep, na Turquia, as pessoas dormem em barracas improvisadas. Quem tem condições deixa a cidade de ônibus ou de carro, já que o aeroporto está fechado. A população ataca o governo turco dizendo que a ajuda até agora foi pouca. Escolas, mesquitas, edifícios públicos e até mesmo hotéis viraram abrigo improvisado.
Nesta quinta (9), a Síria recebeu o primeiro comboio de ajuda nas áreas controladas por rebeldes no noroeste, próximo da fronteira com a Turquia. A Síria sofre com uma guerra civil há 12 anos, com regiões sob controle dos rebeldes e um governo que sofre sanções do Ocidente. Por causa dos constantes bombardeios, boa parte das cidades não conta com hospitais e abastecimento regular de água e de energia elétrica.