A Justiça dos Estados Unidos condenou a prisão perpétua, nesta quarta-feira (15), Payton Gendron, homem que matou dez pessoas em uma mercearia localizada em Buffalo, Nova York, em maio do ano passado.
O supremacista branco de 19 anos atirou contra 10 pessoas negras e, após o atentado, se declarou culpado por 15 diferentes crimes estaduais relacionados ao ataque a tiros.
Na condenação expedida, também ficou decidido que a condenação não apresenta possibilidade de liberdade condicional. Durante a audiência, o criminoso pediu desculpas às vítimas e disse que não queria que ninguém se inspirasse nele.
“Eu fiz uma coisa terrível naquele dia. Atirei e matei pessoas porque eram negras. Olhando para trás agora, não posso acreditar que realmente fiz isso. Eu acreditei no que li na internet e representei o ódio e agora não posso voltar atrás, mas gostaria de poder”, pontuou.
Ao emitir a sentença, a juíza Susan Egan, do condado de Erie, se dirigiu ao criminoso e disse que não há espaço na sociedade para ideologias baseadas no ódio, como a expressada por ele durante o ataque mortal.
“Não há lugar para você ou suas ideologias ignorantes, odiosas e malignas em uma sociedade civilizada. Não pode haver misericórdia para você, nem compreensão, nem segundas chances. O dano que você causou é muito grande e as pessoas que você feriu são muito valiosas para esta comunidade. Você nunca mais verá a luz do dia como um homem livre”, enfatizou.
A sessão chegou a ser interrompida no momento em que um homem tentou atacar Gendron. Ele foi contido por policiais que estavam no tribunal. A confusão aconteceu enquanto Barbara Massey, irmã de Katherine Massey, uma das vítimas fatais do ataque, dava um depoimento emocionante.
“Você não sabe absolutamente nada sobre os negros. Somos humanos. Gostamos que nossos filhos frequentem boas escolas. Nós amamos nossos filhos. Nunca vamos a nenhum bairro para tirar as pessoas”, destacou.
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