Tyre Nichols, na foto com a filha, recebeu vários golpes, a ponto de ficar com o rosto desfigurado, de acordo com a famíliaAFP

Memphis - Os cinco policiais acusados de espancar Tyre Nichols, um americano negro de 29 anos, até à morte em janeiro, declararam-se inocentes nesta sexta-feira, 17. O caso que suscitou temores de uma contundente manifestação social nos Estados Unidos.
Os policiais, que também são negros, foram demitidos após o fato. Eles compareceram a um júri na cidade de Memphis, no estado do Tennessee, sul do país, e seus advogados disseram que eles se declaravam "não culpados". Os acusados são: Tadarrius Bean, Demetrius Haley, Justin Smith, Emmitt Martin III e Desmond Mills Jr.
A mãe de Nichols estava presente no tribunal, assim como seu advogado, Ben Crump, que costuma trabalhar em casos envolvendo violência policial nos Estados Unidos. O juiz James Jones Jr. pediu ao público "paciência" e tolerância.
"Todos os envolvidos querem que o caso seja encerrado o mais rápido possível", afirmou. "Mas é importante que todos entendam que o estado do Tennessee, assim como cada um desses acusados, tem o direito absoluto a um julgamento justo", completou.
Nichols foi detido em 7 de janeiro por agentes da unidade especial de Memphis por uma infração de trânsito. O jovem recebeu vários golpes, a ponto de ficar com o rosto irreconhecível, de acordo com a família, e morreu três dias depois no hospital.
Os vídeos da prisão se tornaram públicos e foram transmitidos nos canais mais importantes do país. Os cinco policiais foram acusados de homicídio, lesão corporal agravada, sequestro agravado, má conduta profissional e abuso.
A vice-presidente Kamala Harris foi ao funeral de Nichols, e os pais dele foram convidados a comparecer ao discurso do presidente Joe Biden sobre o estado da União em Washington.