Desde dezembro, manifestantes protestam aos sábados contra o projeto de mudança no Judiciário israelenseTwitter/Reprodução

Milhares de israelenses protestaram pela sétima semana consecutiva no sábado, 18, contra um projeto de lei que prejudicaria a independência do Judiciário, apoiado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Como todos os sábados à noite desde que Netanyahu voltou ao poder em dezembro, dezenas de milhares de manifestantes se reuniram no centro de Tel Aviv, segundo a mídia local. Com bandeiras israelenses e cantando a palavra "democracia", eles esperam fazer suas vozes serem ouvidas no Knesset, o Parlamento israelense, onde os deputados podem se pronunciar sobre parte dessa reforma na segunda-feira.
"Nosso futuro está em perigo", disse Amit Melamed, um estudante de direito de 24 anos. Se Israel "não é uma democracia, não faz sentido ficarmos aqui".
No início de janeiro, o ministro da Justiça, Yariv Levin, anunciou um projeto de reforma que inclui uma "cláusula de escape" que permite ao Parlamento anular uma decisão do Supremo Tribunal por maioria simples.
A reforma visa a aumentar o poder dos legisladores sobre os juízes e, segundo seus detratores, põe em risco a natureza democrática do Estado de Israel. O governo de Netanyahu "está tentando sabotar a democracia que existe há 75 anos", disse o manifestante Nati Ron. "Perdi amigos na guerra, eles não morreram por uma ditadura".
Para Netanyahu e Levin, o projeto de lei é necessário para encontrar um equilíbrio entre os legisladores e o Supremo Tribunal, que o primeiro-ministro e seus aliados dizem estar politizado.