Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Sergei LavrovAFP
Rússia acusa Ocidente de 'desestabilizar' reunião do G20
Reunião terminou neste sábado (25) sem emitir uma declaração conjunta, devido a divergências com a China sobre a guerra na Ucrânia
A Rússia acusou neste sábado (25) os países do Ocidente de tentarem "desestabilizar" a reunião dos ministros das Finanças do G20, na Índia, pela imposição, mediante "chantagem", de uma declaração conjunta sobre o conflito na Ucrânia, que acabou não sendo adotada.
"Lamentamos que as atividades do G20 continuem sendo desestabilizadas pelo Ocidente em seu conjunto e usadas de maneira antirrussa e puramente conflituosa", indicou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em comunicado.
Segundo Moscou, os Estados Unidos, a União Europeia e o G7 "atrapalharam a adoção de decisões coletivas" na reunião de ministros das Finanças e titulares de bancos centrais do G20, integrado pelas maiores economias industrializadas e emergentes do planeta.
Os países ocidentais, segundo o comunicado da chancelaria russa, tentaram impor sua visão sobre o conflito na Ucrânia mediante "uma chantagem clara" sobre os demais participantes do encontro na cidade indiana de Bangalore.
Os Estados Unidos e seus aliados agiram lançando "ultimatos" a "diversas delegações", acrescentou o ministério russo.
A reunião de dois dias do G20 Finanças terminou neste sábado, sem emitir uma declaração conjunta, devido a divergências com a China sobre a guerra na Ucrânia.
"A maioria dos membros (do G20) condenou com firmeza a guerra na Ucrânia", com "diferentes avaliações da situação e sobre as sanções" impostas à Rússia desde o início da invasão da Ucrânia, diz um comunicado da presidência indiana da reunião.
Uma nota de pé de página detalha que dois parágrafos do projeto de declaração relacionados com o conflito foram "aprovados por todos os países-membros, com exceção de Rússia e China".
Diversos responsáveis vinculados às negociações, que pediram anonimato, revelaram à AFP que a China tentou atenuar os termos que se referiam à situação na Ucrânia.
As discussões se concentraram particularmente na utilização da palavra "guerra" para definir a situação na ex-república soviética, que, há um ano, enfrenta uma invasão militar russa.
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