Acidente aconteceu entre um trem de passageiros e um comboio de cargaAFP

Grécia - O diretor da estação de trem da cidade grega de Lárissa foi detido nesta quarta-feira (1º), após a colisão frontal entre dois trens que provocou pelo menos 36 mortes e deixou mais de 80 pessoas feridas, informou a polícia.

"O diretor da estação, de 59 anos, foi detido", disse à AFP um porta-voz da corporação. As acusações serão anunciadas em breve.

Um porta-voz do governo afirmou que os dois trens circularam por vários quilômetros na mesma via e o procurador da Suprema Corte ordenou uma investigação. A operadora grega Trainose foi adquirida pela italiana Ferrovie Dello Stato Italiane em 2017.
Acidente
Ao menos 36 pessoas morreram e 85 ficaram feridas na colisão de um trem de passageiros, que viajava entre Atenas e Tessalônica, e um comboio de carga, informou o corpo de bombeiros da Grécia ao atualizar o balanço da tragédia nesta quarta.

"O número de mortos aumentou para 36", afirmou o porta-voz dos bombeiros, Vassilis Vathrakogiannis, em uma entrevista coletiva. Ele também disse que os trabalhos para resgatar passageiros prosseguem.

Além disso, "66 pessoas foram hospitalizadas, seis delas na UTI", acrescentou. Um balanço anterior citava 85 feridos no total.
"É uma tragédia sem precedentes", declarou o porta-voz do governo Yiannis Oikonomou. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, expressou condolências em uma mensagem no Twitter. "Chocado com as notícias e as imagens da colisão dos dois trens", escreveu em grego.

As possíveis causas da colisão não foram divulgadas. A imprensa grega afirma que este é o pior acidente ferroviário da história do país. A violência do choque foi tão intensa que as locomotivas e os vagões dianteiros foram pulverizados.

A tragédia aconteceu na altura da cidade de Lárissa, na região central do país. Um trem com 350 passageiros bateu em um comboio de mercadorias pouco antes da meia-noite de terça (19h de Brasília).

As imagens mostram vagões de trem carbonizados em um emaranhado de metal e janelas quebradas. Outros vagões menos danificados tombaram e as equipes de emergência usavam escadas para tentar resgatar os sobreviventes.

Como um terremoto
Quase 150 bombeiros, com 40 ambulâncias, foram enviados ao local da tragédia. "Nunca vi algo assim na minha vida. É trágico. Cinco horas depois ainda estamos encontrando corpos", afirmou um bombeiro, exausto, ao sair de uma área em que ele e sua equipe retiraram os corpos das vítimas.

"Sentimos a colisão como um grande terremoto", declarou à AFP Angelos, um passageiro de 22 anos. "Foi um pesadelo", completou.

Mecânicos e guindastes também foram enviados ao local para tentar retirar os escombros e levantar os vagões.
"A maioria dos passageiros foi resgatada", disse o porta-voz do corpo de bombeiros. "A operação para liberar as pessoas presas está em curso e acontece em condições difíceis, devido à gravidade da colisão entre os dois trens", explicou.

De acordo com as equipes de emergência, 194 passageiros foram retirados do trem. O ministro da Saúde da Grécia, Thanos Plevris, disse que "a maioria dos passageiros eram estudantes" que retornavam para Tessalônica após um fim de semana prolongado na Grécia por um feriado.

No canal de televisão Skai, o governador da região, Kostas Agorastros, afirmou que "infelizmente,o número de feridos e mortos corre o risco de ser elevado".

Uma reunião de crise foi organizada após o acidente e o primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis seguiu para o local da tragédia. O governo decretou luto nacional de três dias.

Grande barulho
Uma jovem, chorando, explicou ao jornal local "Onlarissa" que "o trem estava atrasado e parou por alguns minutos quando um grande barulho foi ouvido".

"Passamos por algo muito chocante. Não estou ferido, mas estou manchado com o sangue de outras pessoas que foram feridas ao meu lado", disse Lazos, um passageiro entrevistado pelo jornal "Protothema".

"No momento do acidente, nós ficamos assustados porque as janelas quebraram. As pessoas gritavam e estavam assustadas", disse outro passageiro ao canal Skai.

Os dois hospitais da região de Lárissa receberam os feridos, segundo o jornal "Onlarissa". Além disso, os hospitais militares de Tessalônica e Atenas estão de sobreaviso em caso de necessidade.