Putin visita Crimeia no nono aniversário de anexaçãoAFP
Putin visita Crimeia no nono aniversário de anexação
Esta é a primeira visita do presidente russo desde o início da ofensiva lançada na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022
O presidente russo, Vladimir Putin, chegou à Crimeia neste sábado, 18, dia do nono aniversário de anexação da península ucraniana por parte da Rússia – anunciou a televisão pública russa.
Esta visita surpresa acontece um dia depois de o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitir um mandado de prisão internacional contra Putin, por crimes de guerra na Ucrânia.
Esta é a primeira visita do presidente russo à Crimeia desde o início da ofensiva lançada na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.
Depois de chegar a Sebastopol, no Mar Negro, Putin inaugurou uma escola de arte para crianças, acompanhado do governador local, Mikhail Razvojayev, segundo imagens transmitidas pela televisão.
"Nosso presidente Vladimir Vladimirovich Putin sabe surpreender. No bom sentido dessa palavra", escreveu Razvojaev no Telegram.
Segundo ele, uma escola de arte infantil seria inaugurada hoje com a participação do presidente russo por videoconferência.
"Mas Vladimir Vladimirovich veio em pessoa. Ele mesmo. Porque, em um dia histórico como hoje, ele está sempre com Sebastopol e seus habitantes", acrescentou Razvoyev.
A Rússia anexou a Crimeia em 18 de março de 2014, após um referendo não reconhecido por Kiev, nem pela comunidade internacional.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, declarou em janeiro sua intenção de recuperar a Crimeia, "nossa terra", com armas, mas Moscou insiste em que "a Crimeia é russa".
Vladimir Putin, cuja última visita à Crimeia se deu em novembro de 2021, é objeto de um mandado de prisão emitido ontem pelo TPI pela deportação de crianças em zonas ocupadas pela Rússia na Ucrânia. Sua comissária presidencial para os Direitos da Infância na Rússia, Maria Alekseyevna Lvova-Belova, também tem uma ordem de prisão contra ela.
O presidente do tribunal, Piotr Hofmanski, declarou que os mandados de prisão foram emitidos após uma demanda do procurador-geral do TPI, o britânico Karim Khan, pelos "supostos crimes de guerra de deportação de crianças dos territórios ucranianos ocupados para a Federação da Rússia".
A execução desses mandados depende "da cooperação internacional", acrescentou.
O TPI não especificou como pretende executar os mandados de prisão, levando-se em consideração que a Rússia não é membro desse tribunal, como Moscou lembrou logo após o anúncio da decisão.
A Rússia, como um certo número de Estados, não reconhece a competência desse tribunal e, consequentemente, do ponto de vista da lei, as decisões desse tribunal são nulas", declarou o porta-voz do presidente russo, Dmitri Peskov, na sexta-feira.
Mais de 16 mil crianças ucranianas foram deportadas para a Rússia desde o início da invasão. Muitas delas foram transferidas para instituições e lares adotivos, de acordo com Kiev.
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