TPI rejeita 'ameaças' recebidas por mandado de prisão contra PutinAFP
TPI rejeita 'ameaças' recebidas por mandado de prisão contra Putin
Entidade emitiu ordem sob alegações de que eles deportaram menores de idade de partes da Ucrânia ocupadas pela Rússia
O órgão legislativo do Tribunal Penal Internacional (TPI) denunciou nesta quarta-feira, 22, "ameaças" recebidas por membros do tribunal que emitiram um mandado de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin, suspeito de crimes de guerra.
A entidade com sede em Haia emitiu na última sexta-feira um mandado de prisão contra Putin e a Comissária russa para os Direitos da Criança, Maria Lvova-Belova, sob alegações de que eles deportaram menores de idade de partes da Ucrânia ocupadas pela Rússia.
O país, por sua vez, que não faz parte do TPI, anunciou nesta segunda-feira a abertura de um processo-crime contra o principal procurador do tribunal, Karim Khan, e contra três magistrados.
No Telegram, o ex-presidente russo Dmitri Medvedev alertou aos juízes do TPI para que "observassem o céu com atenção", fazendo referência a um suposto ataque com mísseis.
A Presidência da Assembleia dos Estados Partes, composta pelos 123 países membros do tribunal, lamentou as "ameaças contra o TPI, bem como contra o seu Procurador e seus juízes", afirmou em comunicado.
A assembleia do tribunal também criticou "as tentativas de obstruir os esforços internacionais para garantir a responsabilidade por atos proibidos pelo direito internacional" e ressaltou sua "plena confiança" no TPI.
A Ucrânia afirma que mais de 16.000 crianças ucranianas foram deportadas para a Rússia desde o início da invasão e que muitas foram transferidas para lares adotivos e outras instituições.
Khan, que passou mais de um ano investigando possíveis crimes de guerra ou contra a humanidade cometidos durante a ofensiva russa, disse à AFP que as supostas deportações já somam "milhares" de casos.
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