Hipopótamo Divulgação/Nicholas Mathevon

O governo da Colômbia decidiu doar 70 hipopótamos para Índia e México nesta quinta-feira, 30. Os animais pertenciam ao narcotraficante Pablo Escobar e, desde a sua morte em 1993, se reproduziram de forma descontrolada ao longa da costa colombiana. O plano faz parte do programa nacional de controle contra pestes invasoras.
Segundo o jornal 'The Guardian', serão necessários US$ 3,5 milhões, quase R$ 18 milhões, para a realização do transporte. Cerca de dez hipopótamos irão para um santuário no norte do México, enquanto os outros 60 serão realocados em uma instalação ainda não definida na Índia. 
Segundo Ernesto Zazueta, dono do Santuário no México, as autoridades colombianas pretendem atrair os animais com iscas até grandes contêineres de ferro e sedá-los. Depois de confinados, irão para caixotes especiais e serão movidos.
Política de controle
Esta não é a primeira tentativa do governo local de colocar um fim à reprodução descontrolada dos hipopótamos. Em 2009, optou-se por liberar a caça, mas a foto de um dos animais morto causou comoção nacional e forçou o recuo das autoridades. Dois anos atrás, tentou-se a esterilização de alguns grupos para tentar conter o avanço desenfreado, mas a política não conseguiu resultados práticos. 
Além de reproduzirem rapidamente, os hipopótamos não têm predadores naturais e são o segundo maior rebanho fora da África. São cerca de 150 animais na Colômbia, principalmente na região de Magdalena Medio. Com uma alimentação baseada em 40 quilos de grama diariamente, sua fome e dejetos causam altos danos à flora e à fauna locais. Também são altamente territoriais, principalmente na época de procriação. 
Zoológico particular
Poderoso narcotraficante durante os anos de 1980, Pablo Escobar comprou alguns animais silvestres para fazer parte de sua coleção particular em Hacienda Nápoles. Girafas, zebras e até cangurus estavam entre as aquisições do colombiano.
Depois de sua morte, o local ficou abandonado devido a uma disputa judicial entre os herdeiros e o governo local. Por isso, alguns espécimes morreram de fome, enquanto outros fugiram ou foram repassados a instituições e zoológicos. Já os hipopótamos conseguiram adaptar-se a região sem muitos problemas.