Em visita a uma fábrica de munições, Sergei Shoigu, ministro da Defesa russa, crê que as mudanças na lei dificultarão a fuga do recrutamento AFP
Parlamento russo aprova convocação eletrônica para facilitar mobilização militar
Uma vez recebidas as notificações, os recrutas terão que se apresentar para alistamento e não poderão deixar o país
Moscou - Os deputados russos aprovaram nesta terça-feira, 11, a criação de um sistema eletrônico de notificação de alistamento que facilitaria a mobilização de tropas em plena ofensiva na Ucrânia. A câmara baixa do parlamento russo, a Duma Estatal, aprovou por unanimidade a legislação em segunda leitura, a etapa mais importante do sistema legislativo russo.
Uma vez recebidas as notificações eletrônicas, os recrutas terão que se apresentar a um escritório de alistamento e não poderão viajar para o exterior. Até agora, as ordens de alistamento tinham que ser entregues pessoalmente e muitos russos conseguiam escapar recusando-se a receber suas ordens e fugindo para o exterior.
A lei ainda deve ser aprovada pelos senadores e promulgada pelo presidente Vladimir Putin. O presidente russo decretou em setembro passado uma mobilização "parcial" para reforçar as tropas regulares que lutam na Ucrânia, após uma série de contratempos.
Centenas de milhares de homens foram convocados, enquanto dezenas de milhares fugiram do país. As mudanças na lei tornarão muito mais difícil fugir do recrutamento. O serviço militar é obrigatório na Rússia para homens entre 18 e 27 anos e ocorre duas vezes ao ano.
Andrei Kartapolov, presidente da Comissão de Defesa da Câmara Baixa, declarou antes da votação que as novas regras se aplicariam não apenas a jovens recrutas, mas a todos os homens qualificados para o serviço militar.
"O aviso de recrutamento é considerado recebido a partir do momento em que é publicado na conta pessoal de uma pessoa sujeita ao serviço militar", disse Kartapolov em um discurso na televisão.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, negou nesta terça-feira que haveria uma segunda onda de mobilizações, dizendo que essas emendas eram necessárias para "aperfeiçoar e modernizar" o sistema de recrutamento do país.
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