Memorial em homenagem a George Floyd virou uma santuário no subúrbio de Minneapolis, capital de Minnesota AFP

Minneapolis - O último dos quatro ex-policiais acusados pela morte por asfixia do afro-americano George Floyd foi condenado, nesta segunda-feira, 2, pela Justiça Estadual de Minnesota por participação em homicídio culposo. A sentença será anunciada em 7 de agosto. Tou Thao impediu transeuntes de intervir enquanto outros três policiais imobilizavam Floyd durante sua detenção em uma rua de Minneapolis há três anos. 
O juiz Peter Cahill condenou Thao após um julgamento sem a presença de júri. Em 25 de maio de 2020, durante a prisão de Floyd em Minneapolis, por supostamente pagar com uma nota falsa de 20 dólares, o policial branco Derek Chauvin se ajoelhou sobre o pescoço do afro-americano por quase dez minutos, indiferente a seus gemidos e às intervenções de pedestres comovidos.
Outros dois agentes ajudaram a segurar Floyd, um homem forte de 46 anos, que deitado de bruços se queixava que não conseguia respirar, enquanto Thao mantinha a multidão afastada.
"Assim como os transeuntes, Thao pôde ver como a vida de Floyd se dissipava lentamente enquanto ele continuava imobilizado", disse o juiz.
"No entanto, Thao tomou a decisão consciente de participar ativamente da morte de Floyd: bloqueou os transeuntes preocupados e inclusive impediu que um bombeiro de Minneapolis, fora de serviço, oferecesse a ajuda médica que Floyd necessitava desesperadamente", acrescentou.
A morte de Floyd, em maio de 2020, provocou protestos contra a injustiça racial e a brutalidade policial em todos os Estados Unidos e em outros países.
A Justiça de Minnesota condenou Chauvin por assassinato em abril de 2021 e o sentenciou a 22 anos e meio de prisão. Os outros dos agentes que prenderam Floyd, Thomas Lane e J. Alexander Kueng, se declararam culpados de homicídio culposo em segundo grau, a mesma acusação apresentada contra Thao.
Lane foi sentenciado a 36 meses de prisão enquanto Kueng recebeu 42 meses. Chauvin, Lane, Kueng e Thao também foram condenados pela Justiça Federal por violação de direitos civis de Floyd durante sua prisão.
O procurador-geral de Minnesota, Keith Ellison, considerou a condenação de Thao como "histórica e correta".
A família de Floyd disse estar "agradecida" pela decisão, segundo seus advogados. "Com cada uma destas ações legais, há ainda mais evidências de que a brutalidade policial é um ato ilegal e punível", afirmaram os defensores da família em um comunicado.