Milícias do grupo Wagner tem atuado regulamente na Ucrânia durante os últimos mesesAlexandre Nemenov/AFP

O líder do grupo paramilitar russo Wagner pediu autorização, neste sábado, 6, ao exército de Moscou para ceder suas posições na cidade ucraniana de Bakhmut às tropas do dirigente checheno, Ramzan Kadirov.
"Eu peço que emita uma ordem de combate antes da meia-noite de 10 de maio sobre a transferência das posições do grupo Wagner às unidades do batalhão Akhmat na localidade de Bakhmut e seus arredores", afirmou Yevgueni Prigozhin em carta enviada ao ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, e divulgada por sua assessoria de comunicação.
O fundador do grupo Wagner justificou o pedido devido à "falta de munições".
Na sexta-feira, 5, Prigozhin ameaçou retirar seus combatentes de Bakhmut e acusou o Estado-Maior russo de não enviar suprimentos suficientes. Kadirov disse que se as tropas do grupo Wagner abandonarem a localidade, seus homens estarão preparados para ocupar as posições russas em Bakhmut.
"Nossos combatentes estão prontos para avançar e ocupar a cidade. Isto levaria algumas horas", afirmou o dirigente checheno.
Prigozhin agradeceu a Kadirov por sua proposta e afirmou que as tropas chechenas "sem dúvida tomarão" Bakhmut.
O fundador do grupo Wagner acusa há vários meses o exército russo de não fornecer munição suficiente aos paramilitares. Ele afirma que a medida pretende evitar que seus combatentes conquistem uma vitória em Bakhmut, o que ofuscaria o exército oficial.
A cidade do leste da Ucrânia é cenário da batalha mais prolongada da guerra. As milícias do grupo Wagner conquistaram muitos setores, mas não conseguiram tomar o controle total da localidade.