Primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, se encontra com a presidente Katerina SakellaropoulouAFP
O líder do partido Nova Democracia (ND) afirmou durante uma reunião com a presidente da República, Katerina Sakellaropoulou, que pretende organizar novas eleições, "possivelmente em 25 de junho". Mitsotakis considerou que não havia como formar um novo governo sob o atual Parlamento.
Vencedor das eleições de domingo, em que as 300 cadeiras do Parlamento (unicameral) foram renovadas, seu partido obteve 40,8% dos votos, segundo os resultados finais.
Na noite de domingo, na sede do ND em Atenas, Mitsotakis comparou sua vitória eleitoral a um "terremoto político".
Evitar coalizão
As próximas eleições serão realizadas por meio de um sistema eleitoral diferente. O partido vencedor receberá um bônus de até 50 cadeiras, o que garantiria a maioria absoluta, segundo seus cálculos.
Nesta segunda-feira, o jornal de esquerda Efsyn destacou "o choque e a admiração", os sentimentos contraditórios dos eleitores do Syriza e do Nova Democracia em relação aos resultados.
O jornal pró-governo Proto Thema apontou que a diferença de 20 pontos entre os dois principais partidos foi a maior registrada desde a restauração da democracia na Grécia, em 1974. O próprio Mitsotakis reconheceu que "a grande vitória" "excedeu as expectativas".
"Juntos, lutaremos a partir de amanhã para que, nas próximas eleições, o que os cidadãos já decidiram — ou seja, uma ND autônoma — se confirme matematicamente", frisou o líder conservador.
Segundo a Constituição grega, a presidente da República, Katerina Sakellaroupoulou, deve dar a cada partido um prazo de três dias para tentar formar governo.
O ex-primeiro-ministro Alexis Tsipras, observando sua derrota, exortou seus apoiadores a travar "uma segunda luta eleitoral crucial".
Tudo indica que os gregos nunca o perdoaram pelo resultado de sua disputa com a União Europeia durante as turbulentas negociações do plano de resgate de 2015.
Naquela época, o país estava atolado em uma grave crise financeira e prestes a sair do euro. No final, Tsipras teve que implementar medidas drásticas de austeridade, exigidas pela União Europeia, pelo Fundo Monetário Internacional e pelo Banco Central Europeu, cujas consequências continuam afetando a vida cotidiana dos gregos.
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