Primeiro-ministro da Espanha, o socialista Pedro SánchezAFP
"As eleições acontecerão no domingo 23 de julho", anunciou Sánchez em uma declaração institucional no palácio de Moncloa, antes de explicar que tomou a decisão "com base nas eleições celebradas ontem".
"Assumo em primeira pessoa os resultados e acredito que é necessário dar uma resposta e submeter nosso mandato democrático à vontade popular”, declarou Sánchez.
O conselho de ministros se reunirá durante a tarde para aprovar a medida, cuja publicação no Diário Oficial do Estado na terça-feira, 30, resultará na dissolução do Parlamento.
A data limite para as legislativas era dezembro e poucos esperavam a antecipação, levando em consideração que a Espanha terá a presidência da União Europeia (UE) no segundo semestre de 2023.
Nas eleições de domingo, os conservadores do PP retomaram prefeituras importantes dos socialistas, incluindo Sevilha e Valência, e conquistaram a reeleição, com maioria absoluta, dos governos da cidade e da região de Madri.
Além disso, o Partido Popular venceu em seis regiões que eram governadas pelos socialistas, sozinhos ou em coalização: a Comunidade Valenciana, Aragón, Extremadura, La Rioja, Baleares e Cantabria.
O domingo não foi vitorioso apenas para o PP, mas também para o partido de extrema direita Vox, cujo apoio será necessário para os conservadores em várias regiões.
Evitar seis meses de agonia
Nas eleições municipais, o PP, liderado por Alberto Núñez Feijóo, recebeu mais de sete milhões de votos (31,5%), contra 6,2 milhões (28,1%) do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) de Pedro Sánchez. Ao celebrar os resultados, Núñez Feijóo disse que o país "iniciou um novo ciclo político".
"Vencemos de maneira clara e demos o primeiro passo para um novo ciclo político que vamos abrir com todos e para todos em Espanha”, declarou Núñez Feijóo, que as pesquisas também apontam como o vencedor das eleições legislativas.
Apesar da surpresa com o anúncio de Sánchez, as primeiras reações foram rápidas. "Não vamos desfazer as malas... vamos voltar à campanha na Espanha!!!", escreveu no Twitter o líder do Vox, Iván Espinosa de los Monteros.
"A mensagem recebida foi muito clara: as coisas devem ser feitas de forma diferente. Sem distrações. A partir deste momento estamos trabalhando para vencer no dia 23 de julho. Assumo o desafio", escreveu Yolanda Díaz, segunda vice-presidente do governo, representante dos aliados de extrema esquerda na coalizão governamental.
O analista político José Pablo Ferrándiz, diretor do instituto de pesquisas Ipsos, considerou lógica a decisão de Sánchez.
A medida evita "seis meses, como digo, de pressão de Núñez Feijoo, inclusive de seus aliados de governo, porque teria sido uma agonia que não faria muito sentido", declarou ao canal público 'TVE'.
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