Indígenas cercam e retêm embarcações petroleiras na Amazônia peruanaPetroTal / AFP

Um grupo de indígenas reteve duas embarcações, uma com 40 mil barris de petróleo, da empresa canadense PetroTal, em um rio da Amazônia no Peru, informou na quinta-feira, 8, um representante da companhia. "No momento, temos duas barcaças, uma delas de bandeira brasileira, com tripulação brasileira, e a outra é peruana. Ambas estão sendo mantidas contra sua vontade, configurando um caso de sequestro", disse José Luis Medina, gerente de sustentabilidade da PetroTal, ao canal TV Peru.
"O que mais preocupa é que uma das barcaças contém 40 mil barris de petróleo, o que pode representar um grande risco e perigo para o impacto ambiental da região", afirmou Medina.
A empresa operadora do Lote 95, na região de Loreto (nordeste), informou que seguidores da Associação Indígena de Desenvolvimento e Conservação de Bajo Puinahua (Aidecobap) mantêm as duas embarcações retidas desde a terça-feira (6) no rio Puinahua, no distrito de mesmo nome, em Loreto.
As duas fazem o transporte de petróleo pelo rio Amazonas até o Brasil, para exportação, a partir do campo de produção da PetroTal em Loreto.
Os indígenas interditam as embarcações e 12 pessoas de suas tripulações com pequenas canoas e ataques com coquetéis molotov, segundo a empresa.
A PetroTal afirma que o protesto dos indígenas busca "coagir a empresa e o Estado a atenderem à sua agenda particular, que é contrária aos consensos e à vontade da maioria da população do distrito de Puinahua".
A Aidecobap se opõe à aprovação do regulamento de administração do Fundo de Desenvolvimento para o distrito de Puinahua, no qual a PetroTal contribui com 2,5% de sua produção para o desenvolvimento de projetos em benefício de toda a população.