Funcionário da Casa Branca diz que China tem operado uma unidade de inteligência em Cuba há anosPixabay
China opera unidade de espionagem em Cuba há anos, diz funcionário dos EUA
'Isso está bem documentado nos registros de inteligência', afirma o oficial
A China tem operado uma unidade de inteligência em Cuba há anos e a atualizou em 2019, na tentativa de fortalecer sua presença na ilha caribenha, afirmou neste sábado (10) um funcionário da Casa Branca.
"Isso está bem documentado nos registros de inteligência", disse o oficial, que falou sob condição de anonimato, ao confirmar a presença da inteligência chinesa.
Nos últimos dias, a mídia americana havia relatado que Pequim planejava estabelecer uma base de espionagem na ilha, localizada próxima às costas dos Estados Unidos.
Quando o presidente Joe Biden assumiu o cargo em janeiro de 2021, "fomos informados sobre vários esforços sensíveis da RPC ao redor do mundo para expandir suas infraestruturas logísticas, de base e de coleta no exterior", disse o funcionário do governo, usando a sigla para República Popular da China.
"Esses esforços incluíam a presença de instalações de coleta de inteligência da RPC em Cuba", continuou. "Na verdade, a RPC realizou uma atualização de suas instalações de coleta de inteligência em Cuba em 2019."
O líder chinês, Xi Jinping, tem buscado uma rápida expansão da presença de segurança do país ao redor do mundo.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, tem programada uma viagem para a China no próximo fim de semana, um reagendamento da visita que foi cancelada em fevereiro após um tenso incidente envolvendo um suposto balão espião sobre os Estados Unidos.
Uma base em Cuba, que fica a 150 km da ponta sul da Flórida, representaria o desafio mais direto até agora ao EUA continental.
A China advertiu os Estados Unidos na sexta-feira sobre “interferir nos assuntos internos de Cuba", em resposta aos relatos da imprensa a respeito de uma base planejada.
Quando questionado sobre a base em uma coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, disse que “desconhecia a situação" e criticou a política do EUA em relação a Cuba. "Como todos sabemos, espalhar rumores e calúnias é uma tática comum dos Estados Unidos, e interferir indiscriminadamente nos assuntos internos de outros países é sua patente", declarou.
O funcionário anônimo disse que o governo acredita que os esforços diplomáticos "retardaram o avanço da RPC" no desenvolvimento de suas atividades em Cuba. "Acreditamos que a RPC não está exatamente onde esperava estar", afirmou.
No início do ano, a China enviou o que o EUA chamou de um balão de vigilância de alta altitude. Ele flutuou do oeste ao leste do país sobre instalações militares sensíveis até ser abatido por um caça americano.
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