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Mais de um milhão de crianças, incluindo 270 mil em Darfur, foram obrigadas a fugir dos combates entre o exército e os paramilitares no Sudão, informou o Unicef, que advertiu que os menores de idade estão vivendo um "pesadelo".
"Dois meses de guerra no Sudão provocaram o deslocamento de mais de um milhão de crianças, 330 morreram e mais de 1.900 ficaram feridas", afirmou o Fundo das Nações Unidas para a Infância em um comunicado.
A representante do Unicef no Sudão, Mandeep O'Brien, denunciou "o pesadelo implacável em que as crianças estão presas" e que elas "carregam o fardo mais pesado da crise".
"As crianças representam mais da metade da população do Sudão", que tem 45 milhões de habitantes, afirmou à AFP o diretor regional de comunicação do Unicef, Ammar Ammar.
De acordo com o Unicef, mais de 13,6 milhões de crianças precisam de ajuda humanitária no país africano. Entre o grupo, 620.000 sofrem desnutrição aguda e metade pode morrer caso não receba tratamento imediato, alertou a organização.
Os combates no Sudão começaram em 15 de abril entre o exército, comandado pelo general Abdel Fatah al Burhan, e os paramilitares, do general Mohamed Hamdan Daglo, o que arrastou o país, um dos mais pobres do mundo, a uma grave crise.
Os hospitais nas zonas de combate funcionam apenas de forma parcial e muitos estão fechados. Em Darfur (oeste), onde os depoimentos sobre ataques contra civis são cada vez mais numerosos, "vivem 5,6 milhões de crianças, das quais 270.000 foram forçadas ao deslocamento”, segundo o Unicef.
No vizinho Sudão do Sul, cenário de violência étnica e que declarou independência do Sudão em 2011, 405 civis morreram entre janeiro e março deste ano, de acordo com a missão da ONU no país (MINUSS).
Nos primeiros três meses do ano, a MINUSS registrou 920 casos de violência contra civis, 243 deles contra menores. Durante os eventos, "405 civis morreram, 235 ficaram feridos, 266 foram sequestrados e 14 foram vítimas de violência sexual".