Chef de Putin, Yevgeny Prigozhin, é líder de grupo mercenário WagnerReprodução

EUA - Agências de espionagem dos Estados Unidos receberam informações indicando que Yevgeniy Prigozhin, líder do Grupo Wagner, estaria planejando uma ação armada contra o comando de defesa russo. A informação foi divulgada neste domingo, 25, pelo jornal norte-americano 'Washington Post'.
Segundo informações divulgadas pelo jornal norte-americano 'Washington Post' neste domingo, 25, as agências de espionagem dos EUA receberam informações indicando que Yevgeniy Prigozhin, líder do Grupo Wagner, estaria planejando uma ação armada contra o comando de defesa russo.

A manobra de Prigozhin pegou de suspresa as autoridades americanas que desconhecem o motivo dos planos de Prigozhin, mesmo após ele tentar tomar o controle de um comando militar e avançar com tanques em direção a Moscou na sexta-feira, 23.

Segundo o jornal, houve preocupação sobre o que poderia acontecer: se isso afetaria a continuidade do presidente russo Vladimir Putin no poder e também quais implicações poderiam ocorrer diante do arsenal nuclear russo em meio essa crise política e militar.

"Guerra civil" na Rússia
Além da Casa Branca, funcionários do alto escalão do Pentágono, do Departamento de Estado e do Congresso também foram informados sobre a situação e levantaram uma preocupação com as chances de ocorrer uma "guerra civil" na Rússia.

De acordo com a reportagem, oficiais ucranianos também monitoravam os passos de Prigozhin, após Moscou ordenar que voluntários do Grupo Wagner assinassem contratos com o governo. A medida teria deixado o chefe mercenário furioso.

Prigozhin protestou publicamente contra a ordem do Ministério da Defesa e se rebelou contra o próprio país. Prigozhin é conhecido como "o chef de Putin" porque sua empresa de eventos gastronômicos firmou diversos contratos com Kremlin. Ele também enfrenta acusações criminais nos Estados Unidos por suposta interferência nas eleições presidenciais de 2016.
Império construído com sangue e suor forças mercenárias
Documentos de inteligência obtidos pelo jornal norte-americano revelam que o Grupo Wagner tem construído um império na África. Prigozhin fornece segurança privada para regimes governamentais em troca de direitos sobre minérios valiosos.

Os documentos vazados revelam também preocupações dos líderes russos, principalmente com o comportamento público do comandante mercenário que atacou verbalmente o exército russo em vídeos compartilhados em seu canal no aplicativo Telegram.

"Não é segredo as tensões entre o Grupo Wagner e o Ministério da Defesa Russo", afirmou um alto funcionário da administração Biden. "Todos nós testemunhamos as críticas públicas, advertências e até mesmo ameaças de Prigozhin ao exército russo."