País está em guerra com a Ucrânia desde fevereiro de 2022Samuel Corum/AFP
Rússia matou de maneira sumária 77 civis detidos na Ucrânia, além de ter cometido tortura, diz ONU
Relatório aponta que crianças e idosos também foram presos
A ONU documentou 77 execuções sumárias de civis detidos de maneira arbitrária pela Rússia nos territórios que ocupa na Ucrânia desde o início da invasão, em 24 de fevereiro de 2022, afirma um relatório divulgado nesta terça-feira (27).
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) documentou 864 casos de detenção arbitrária e afirma que "as Forças Armadas russas, as forças de segurança e as autoridades penitenciárias são responsáveis por atos de tortura e maus-tratos generalizados contra detentos civis".
O relatório, elaborado pelo escritório do ACNUDH na Ucrânia e apresentado nesta terça-feira em Genebra, envolve o período entre 24 de fevereiro, data de início da invasão russa, e 23 de maio.
Documenta mais de 900 casos de detenção arbitrária de civis, incluindo crianças e idosos. "A grande maioria dos casos foi perpetrada pela Federação Russa".
Do lado ucraniano, o ACNUDH "documentou 75 casos de detenção arbitrária pelas forças de segurança ucranianas, principalmente de pessoas suspeitas de infrações relacionados ao conflito".
"Uma proporção considerável dos casos também envolve desaparecimentos forçados, perpetrados principalmente pelo Serviço de Segurança da Ucrânia", acrescenta o relatório.
"Mais da metade das pessoas detidas arbitrariamente foram torturadas ou maltratadas pelas forças de segurança ucranianas. Isto aconteceu enquanto as pessoas estavam sendo interrogadas, de maneira geral imediatamente após a prisão", afirma o documento.
As conclusões do ACNUDH são baseadas em 1.136 entrevistas com as vítimas, testemunhas e outras pessoas, 274 visitas a instalações e 70 visitas a locais oficiais de detenção das autoridades ucranianas, que deram acesso "totalmente livre, mas confidencial, a todos os locais oficiais de detenção e aos prisioneiros, com uma exceção".
As autoridades russas não concederam nenhum acesso, apesar dos pedidos do Alto Comissariado.
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