Elena Milashina teve seus dedos quebradosSergei Babinets/AFP

Uma jornalista investigativa russa que trabalha para o jornal independente Nóvaya Gazeta foi hospitalizada, após ser agredida na Chechênia, informou a ONG de direitos humanos Memorial nesta terça-feira (4).
Elena Milashina, especialista em Chechênia, foi agredida depois de viajar para a república russa do Cáucaso para cobrir um julgamento de alto perfil, de acordo com a Memorial.
"Elena Milashina está com os dedos quebrados e às vezes perde a consciência", disse a ONG em um comunicado. "Seu corpo inteiro está coberto de hematomas", acrescentou.
O carro que levava a jornalista e seu advogado Alexander Nemov foi atacado por "homens armados" na estrada do aeroporto para a capital chechena Grozny, relatou a Memorial.
"Eles os chutaram brutalmente, até no rosto, ameaçaram matá-los com uma arma apontada para a cabeça" enquanto diziam "saiam daqui e não escrevam nada", disse a mesma fonte.
Em um vídeo, Milashina pode ser vista deitada em uma cama de hospital, contando sua terrível experiência.
"Tiraram o motorista à força e entraram no táxi. Baixaram nossa cabeça, amarraram as minhas mãos e nos colocaram de joelhos com uma arma apontada para nossa cabeça", disse ela.
"Fizeram tudo nervosos. Não conseguiram amarrar bem as minhas mãos", acrescentou. A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) se declarou "horrorizada com esta agressão selvagem".
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, foi informado do ataque. "Este é um ataque muito sério que requer medidas fortes", acrescentou Peskov. Elena Milashina despertou a ira das autoridades chechenas por documentar execuções extrajudiciais.
Em fevereiro de 2022, ela teve de deixar a Rússia temporariamente, segundo seu jornal, após ameaças do líder checheno Ramzan Kadyrov, que a chamou de "terrorista".