Caso aconteceu no final de junho com autorização do governo suecoJonathan Nackstrand/AFP

A Arábia Saudita e o Irã convocaram representantes das missões diplomáticas da Suécia em Riade e Teerã para questionar porque o governo escandinavo ter autorizado atos de profanação do Alcorão, informaram autoridades de ambos os países nesta sexta-feira (21).
O encarregado sueco receberá "uma nota de protesto para exigir, acima de tudo, que as autoridades suecas tomem medidas imediatas para pôr fim a esses atos vergonhosos", disse o Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita em um comunicado na noite de quinta-feira.
A República Islâmica do Irã convocou o embaixador sueco em Teerã, na noite de quinta-feira, e pediu a Estocolmo que não permita mais atos de profanação do Alcorão.
"Condenamos fortemente a profanação repetida do Alcorão Sagrado (...) na Suécia e responsabilizamos o governo sueco pelas consequências de provocar os sentimentos dos muçulmanos em todo o mundo", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Naser Kanani.
As autoridades iranianas convocaram manifestações em todo o país após as orações de sexta-feira, segundo a televisão estatal.
Na quinta-feira, as autoridades suecas autorizaram um novo ato de profanação do Alcorão em frente à embaixada iraquiana em Estocolmo, organizado por um refugiado iraquiano na Suécia que pisou no livro sagrado do Islã, embora não o tenha incendiado – como havia anunciado que pretendia fazer.
No final de junho, o mesmo homem queimou várias páginas do Alcorão em frente a uma mesquita de Estocolmo, provocando reações diplomáticas exaltadas de países muçulmanos. Na ocasião, a Arábia Saudita convocou o embaixador sueco.
O Iraque ordenou na quinta-feira a expulsão do embaixador sueco em Bagdá e convocou o seu próprio representante na Suécia na sequência desta nova profanação do Alcorão, que levou ao ataque à embaixada do país escandinavo na capital do Iraque, incendiada por manifestantes.