Estado do nordeste da Índia registrou 120 mortes por violência étnica nos últimos mesesPixabay

A polícia indiana prendeu quatro homens acusados de obrigar duas mulheres a desfilarem nuas em meio a uma multidão em um estado do nordeste da Índia, onde meses de violência étnica deixaram pelo menos 120 mortos.
Os suspeitos foram identificados a partir de um vídeo do incidente, que ocorreu no início de maio e viralizou nas redes sociais na quarta-feira, causando indignação em todo o país.
"Quatro acusados foram detidos no caso do vídeo viral", escreveu a polícia do estado de Manipur no Twitter na quinta-feira à noite. No vídeo, duas mulheres são vistas caminhando nuas por uma rua, vítimas de ridicularização e assédio por uma multidão.
O governo do estado, liderado pelo partido nacionalista hindu no poder Bharatiya Janata, impôs a suspensão da internet e destacou que a polícia tomou medidas assim que as imagens surgiram nas redes, mais de dois meses após o incidente.
O ministro-chefe de Manipur, N. Biren Singh, afirmou pelo Twitter que uma "investigação completa" está sendo realizada. "Garantiremos que medidas rigorosas sejam tomadas contra todos os autores, inclusive a possibilidade de pena de morte", acrescentou.
A violência em maio irrompeu após uma marcha de protesto contra a possibilidade de a comunidade meitei, em sua maioria hindus, obter o status mais vantajoso de "tribo registrada", que lhes garantiria cotas de emprego público e de admissão nas universidades.
Essa hipótese reacendeu antigos temores da tribo kuki, em geral cristã, de que os meitei possam adquirir terras em áreas atualmente reservadas a eles e a outros grupos tribais.