Tony Bennett alcançou o sucesso ainda na década de 1950Reprodução / Instagram
Com mais de 80 anos, virou a pessoa mais velha a alcançar o número um na lista de vendas de álbuns nos EUA graças a uma coleção de duetos com Lady Gaga, que se tornou sua amiga e companheira de turnê.
Gaga foi apenas uma de uma longa lista de estrelas jovens que trabalharam com o cantor, cuja morte foi anunciada nesta sexta por sua assessora Sylvia Weiner.
Mas a invasão britânica dos Estados Unidos liderada por The Beatles desgastou o cantor, cuja música começou a ficar antiquada. Com o tempo, porém, sua carreira ressuscitou.
“Quando apareceu o rap, ou a música disco, qualquer que fosse a nova moda, não tentei encontrar algo que se encaixasse com o estilo da cena musical”, afirmou Bennett à revista britânica Clash.
“Simplesmente me mantive e cantei com sinceridade e tentei ser honesto comigo mesmo, sem me comprometer nunca, simplesmente fazendo as melhores canções que consegui pensar para o público”, disse. “E felizmente deu resultado.”
Caloroso e otimista
Bennett personificou a canção do pós-guerra, sem perder a relevância. Deixou poucos clássicos, diferente de Frank Sinatra, outro filho de imigrantes italianos da região de Nova York, com quem foi muito comparado, mas cujo sucesso foi muito superior.
Seus maiores sucessos, como "Cold, Cold Heart" e "Because of You", vieram no começo da carreira, no início da década de 1950.
No entanto, Tony Bennett, que adotou esse nome artístico por sugestão do comediante Bob Hope, manteve uma audiência fiel graças a milhares de shows e uma presença de palco admirada por todos.
"Como espectador, acredito que Tony Bennett é o melhor cantor", declarou Sinatra. "Fico emocionado quando o vejo, me emociona", disse. Sua simpatia, elegância e energia projetavam uma imagem calorosa e otimista.
Nunca previsível
Assim, em 1994, realizou na MTV um "Unplugged", shows acústicos geralmente reservados para jovens artistas em ascensão.
Em 2006, lançou o álbum "Duets: An American Classic", ao lado de grandes nomes da música popular, desde Stevie Wonder até Bono.
O sucesso foi total ao ponto de que em 2011 veria a luz um segundo álbum, "Duets II", com o qual alcançou pela primeira vez o topo das vendas de discos nos Estados Unidos aos 85 anos.
O álbum contém duetos com Lady Gaga e Amy Winehouse, que revelam as duas jovens cantoras em uma abordagem refinada. Durante sete décadas, Bennett seguiu o conselho de Sinatra: ''Nunca seja previsível''.
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