Ex-presidente do Peru, Pedro CastilloReprodução: redes sociais
Justiça do Peru ordena embargo de bens do ex-presidente Castillo
Castillo tentou dissolver o Congresso após 17 meses no cargo, sendo posteriormente destituído e preso
Um tribunal peruano ordenou o embargo dos bens do ex-presidente Pedro Castillo, que aguarda preso seu julgamento pela tentativa fracassada de dissolver o Congresso em dezembro, informou a Procuradoria nesta terça-feira, 25.
Os juízes da Corte Suprema atenderam ao pedido da Procuradoria — que atua em defesa do Estado no processo contra o ex-presidente — e determinaram "o embargo dos bens dos acusados, Pedro Castillo e Aníbal Torres", ex-chefe de gabinete, afirmou o órgão em um comunicado.
A Procuradoria apresentou a solicitação para assegurar o pagamento de uma eventual indenização no caso de Castillo e seu braço direito serem considerados culpados de rebelião e conspiração. A defesa do Estado busca uma indenização de 67 milhões de soles (cerca de 88,5 milhões de reais).
Com essa medida cautelar, Castillo e Torres não poderão transferir ou vender propriedades, pois "caso sejam condenados e estabelecida uma reparação civil em favor do Estado, não será possível recuperar absolutamente nada", explicou o advogado penalista Vladimir Padilla ao jornal 'El Comercio'.
O embargo a Castillo — um ex-professor de escola primária de 53 anos — recai sobre as quatro propriedades que ele possui na região andina de Cajamarca, enquanto Torres tem nove bens em Lima, de acordo com a Procuradoria.
Em meio a uma severa crise política, Castillo tentou dissolver o Congresso após 17 meses no cargo, sendo posteriormente destituído e detido em uma penitenciária especial em Lima, onde cumpre prisão preventiva.
Sua saída do poder desencadeou protestos violentos entre dezembro e fevereiro, nos quais mais de 50 pessoas morreram, a grande maioria manifestantes que foram reprimidos pelas forças de segurança com tiros, segundo denúncias de organizações independentes.
O Ministério Público abriu uma investigação contra a substituta de Castillo na presidência, Dina Boluarte, pela repressão das mobilizações, diante da possível prática de "genocídio, homicídio qualificado e lesões graves".
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