Sergei Shoigu cumprimentando Kang Sun Nam ao desembarcar na Coréia do Sul na terça-feira, 25Divulgação/Ministério da Defesa da Rússia
Coreia do Norte oferece 'calorosas boas-vindas' ao ministro da Defesa russo
No aeroporto internacional de Pyongyang, Sergei Shoigu foi recebido com o hino nacional da Rússia e a guarda de honra, informou a agência de notícias estatal KCNA
A Coreia do Norte estendeu o tapete vermelho para receber com "calorosas boas-vindas" o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, que viajou para Pyongyang para o aniversário do fim da Guerra da Coreia, junto com uma delegação chinesa, informou a mídia estatal nesta quarta-feira, 26.
Na quinta-feira, Pyongyang sediará as comemorações do 70º aniversário da assinatura do armistício, conhecido como Dia da Vitória na Coreia do Norte. Os combates da Guerra da Coreia terminaram com um armistício assinado em 27 de julho de 1953, mas na ausência de um tratado de paz, as duas Coreias ainda estão tecnicamente em guerra.
No aeroporto internacional de Pyongyang, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, teve uma recepção "calorosa" com o hino nacional russo e a guarda de honra na noite de terça-feira, 25, informou a agência de notícias estatal KCNA.
Shoigu foi recebido por seu homólogo norte-coreano, Kang Sun Nam, e centenas de soldados seguravam cartazes de boas-vindas para a delegação russa, segundo imagens do jornal local Rodong Sinmun.
Shoigu então colocou flores em frente às gigantescas estátuas de bronze dos ex-líderes Kim Il Sung e Kim Jong Il, de acordo com um vídeo divulgado pelo Ministério da Defesa da Rússia, e depois se encontrou com Kang Sun Nam.
"A RPDC (República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte) é um parceiro importante para a Rússia, com a qual estamos ligados por uma fronteira comum e uma rica história de cooperação", disse Shoigu, citado em um comunicado de seu ministério.
Além disso, afirmou que Moscou quer "reforçar a cooperação" na defesa entre os dois países. A Rússia, aliada de longa data de Pyongyang, é uma das poucas nações que mantém relações amistosas com a Coreia do Norte.
O líder norte-coreano, Kim Jong Un, expressou seu apoio à invasão russa da Ucrânia e até, segundo os Estados Unidos, forneceu foguetes e mísseis a Moscou.
Segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, que citou várias fontes governamentais, há "indícios claros" de que o país prepara um desfile à meia-noite na praça Kim Il Sung, em Pyongyang. O fato de o ministro da Defesa russo ter voado para a capital norte-coreana enquanto seu país está em guerra é "muito significativo", disse Park Won-gon, diretor do Instituto de Estudos de Unificação da Universidade de Ewha.
"Embora o sistema de quarentena de emergência permaneça em vigor, Kim Jong Un pode ter sentido a necessidade de ensinar algo ao seu povo nas comemorações do Dia da Vitória", disse à AFP. Quanto aos chineses e russos, sua presença pode enviar uma "forte mensagem de unificação" aos Estados Unidos, acrescentou.
No entanto, Leif-Eric Easley, professor da mesma universidade, afirmou que é improvável que a visita leve a qualquer acordo de armas ou avanço diplomático, e foi "uma demonstração simbólica de solidariedade em um aniversário de guerra".
A China indicou que a sua delegação, liderada pelo membro do comitê executivo do Partido Comunista, Li Hongzhong, viajará para Pyongyang nesta quarta-feira, o que indica que os seus membros não terão que fazer quarentena. A chegada dos representantes chinês e russo marca as primeiras visitas conhecidas de delegações estrangeiras à Coreia do Norte desde o início da pandemia.
O gesto poderia apontar para uma possível abertura das fronteiras, fechadas desde a pandemia de covid-19, para visitantes de alto nível. O país hermético impôs um confinamento rígido desde o início de 2020 para se proteger da covid-19, impedindo até mesmo que os cidadãos norte-coreanos voltassem para casa.
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