Bandeira do MéxicoAFP

O México destacou nesta quarta-feira (26), após uma reunião entre diretores com os Estados Unidos, uma diminuição no fluxo de migrantes irregulares que tentam cruzar sua fronteira com os Estados Unidos, bem como um aumento na apreensão de armas introduzidas ilegalmente no país.

A diminuição da migração ocorreu após vencer, em 11 de maio, a aplicação do Título 42, decreto de Washington que permitia a prisão e expulsão imediata das pessoas sem documentos, destacou a chanceler mexicana, Alicia Bárcena.

"Os encontros irregulares" entre os migrantes e as patrulhas americanas na fronteira, "diminuíram 50% entre maio e junho. Isso é muito importante", enfatizou a diplomata. Ela lembrou que este indicador atingiu o nível mais baixo desde fevereiro de 2021, segundo dados da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP, na sigla em inglês).

Bárcena alertou que, em contraste, a migração familiar irregular aumentou 36% entre junho e julho, segundo a mesma fonte.
A chanceler destacou também que os resultados do programa de "permissões humanitárias" e do aplicativo para celular CBP One. Especificamente 166.000 migrantes chegaram aos Estados Unidos por meio dessas permissões e outros 106.000 o fizeram usando o aplicativo.

Estas duas ferramentas foram negociadas com os Estados Unidos para facilitar a entrada regular de migrantes de várias nacionalidades.

"São 272 mil pessoas (...) Realmente é uma grande conquista do acordo bicentenário entre o México e os Estados Unidos", afirmou a chanceler, em alusão ao mecanismo de cooperação em segurança implementado em dezembro de 2021.

Sobre a tensão levantada com o Texas, onde o governador Greg Abbott instalou boias para impedir a passagem de migrantes em um trecho de 305 metros da fronteira do Rio Grande, Bárcena informou que a maior parte dessa barreira, 230 metros, está em território mexicano.
"É um espaço pequeno, mas o princípio é o que queremos destacar", disse ela, que informou que foram enviadas duas notas diplomáticas que especificam as violações dos acordos fronteiriços.

Na terça-feira, o presidente Andrés Manuel López Obrador qualificou a colocação das boias como uma "provocação" que viola a soberania mexicana.

A mexicana destacou o "enorme esforço" do México para apreender 70.571 armas contra 2.955 apreendidas pelos Estados Unidos. Atualmente, o tráfico de armas é uma das principais denúncias contra Washington.

Nesse sentido, ela propôs avançar "em maior reciprocidade para aumentar a captura de armas" ilegais, um fluxo que chega a 200 mil por ano, segundo dados oficiais citados por Bárcena.

A reunião binacional focou na migração, no tráfico de fentanil e armas e aconteceu na segunda-feira, seguida de outra reunião na terça-feira com a participação do Canadá, pautado nas drogas sintéticas.