Presidente da Ucrânia, Volodymyr ZelenskyGenya Savilov/AFP

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acredita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ajudar a pacificar a guerra unindo os presidentes da América Latina para um encontro. O ucraniano disse ainda que espera ser convidado pelo petista para se reunirem no Brasil.
"Primeiro, preciso de coisas bem concretas. Que ele una a América Latina e nos dê oportunidade de fazer uma reunião e conversar. Segundo, há crime de agressão contra nossa soberania e integridade territorial. Sei que Lula e os brasileiros apoiam a soberania da Ucrânia e precisamos desse apoio", disse Zelensky em entrevista GloboNews.
Zelensky diz saber que Lula não dará armas para a Ucrânia, mas afirma que o Brasil pode ajudar na questão de desminagem.
Lula e o presidente ucraniano ainda não se reuniram pessoalmente. Zelensky parabenizou a vitória do petista nas eleições de 2022 e eles nos mesmos estiveram em eventos internacionais, mas não chegaram a conversar.
"Se não nos encontramos, significa que há algo errado entre os nossos povos. Não entendo a razão de não nos reunirmos", disse o ucraniano.
Zelensky diz que já convidou Lula para ir até a Ucrânia, mas o petista recusou. "Não quero culpar as circunstâncias ou pessoas, vamos parar com isso", afirmou o ucraniano. "Deixando de lado essas coisas, eu tenho interesse, sim, em me encontrar com o presidente."
Quando foi convidado, Lula enviou o ex-chanceler Celso Amorim para se reunir com Zelensky. Amorim precisou ainda minimizar as declarações do petista sobre a guerra, em que ele dizia que a Ucrânia também tinha culpa e pediu para os Estados Unidos parar de incentivar a conflito enviando armamentos.
Zelensky revelou ainda que conta com a ajuda política por parte de Lula. "Há um crime de agressão contra nossa soberania e integridade territorial", disse o líder ucraniano sobre a invasão russa. "Sei que Lula e a sociedade brasileira apoiam a soberania e a integridade territorial da Ucrânia. E precisamos desse apoio".