Ataque prejudicou o tráfego na ponte estratégica que liga Rússia à península da CrimeiaAFP
As operações militares dos dois países no Mar Negro se tornaram mais intensas desde que a Rússia abandonou, no mês passado, o acordo que permitia à exportação de grãos ucranianos por esta rota marítima.
O petroleiro russo "SIG" foi atingido às 23h20 (17h20 de Brasília) de sexta-feira, 4, ao sul do Estreito de Kerch, informou neste sábado a agência federal de transporte marítimo da Rússia no Telegram.
O navio foi danificado na área da sala de máquinas, "presumivelmente como resultado de um ataque de drone marítimo", afirmou a agência.
Uma fonte ucraniana confirmou a operação à AFP. "Durante a noite, o SBU (Serviço de Segurança da Ucrânia) atingiu o 'SIG', um grande petroleiro da Federação da Rússia que transportava combustível para as tropas russas", declarou.
O ataque não provocou vítimas fatais, informou a agência russa de notícias 'RIA Novosti'. O tráfego pela ponte que atravessa o estreito e que liga a península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014, com o sudeste da Rússia foi paralisado durante três horas na madrugada de sábado.
Ataque contra navio de guerra
Um vídeo obtido pela AFP mostra um drone naval se aproximando de um navio de guerra antes de a transmissão ser interrompida pelo eventual impacto.
Uma fonte do SBU afirmou que o ataque contra o navio de desembarque russo "Olenegorski Gornyak" em Novorossiysk foi "bem-sucedido".
A Rússia afirmou que as Forças Armadas ucranianas, com o auxílio de dois barcos sem tripulação, tentaram atacar a base naval, mas que as embarcações foram "detectadas e destruídas".
A frota russa no Mar Negro foi atacada em várias ocasiões desde o início da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022. As ações se intensificaram nas últimas semanas.
"Vamos acabar com a presença da frota russa no Mar Negro", afirmou o conselheiro da presidência ucraniana, Mikhailo Podolyak, nas redes sociais. "A Ucrânia garantirá a liberdade e a segurança no Mar Negro para o comércio mundial", acrescentou.
Novorossiysk é um importante porto petroleiro, que abriga o terminal de um oleoduto de 1.500 km de extensão do oeste do Cazaquistão e das regiões russas ao norte do Mar Cáspio.
Citado pela imprensa russa, o Consórcio do Oleoduto do Cáspio, que administra a infraestrutura, garantiu que esta não foi danificada e que o petróleo continua transitando para os navios atracados no porto.
A península da Crimeia também foi alvo de ataques ucranianos na sexta-feira, 4. O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que suas tropas derrubaram 13 drones e que as operações não deixaram vítimas ou danos.
A Ucrânia, que iniciou uma contraofensiva em junho para tentar retomar territórios ocupados pela Rússia, com progressos modestos até o momento, afirma que tem a intenção de recuperar a Crimeia.
A Rússia afirmou na terça-feira que impediu um ataque com drones ucranianos contra barcos de patrulha no Mar Negro, 340 km ao sudoeste de Sebastopol, a base da frota russa na Crimeia. Uma semana antes, o Kremlin anunciou que impediu uma ação similar.
Na frente de batalha, o exército russo reivindicou neste sábado a captura de Novoselivske, uma localidade da região de Kupiansk, no leste da Ucrânia. As tropas de Kiev haviam recuperado a localidade dos russos em dezembro.
E no campo diplomático, a Arábia Saudita recebe a partir deste sábado negociações entre representantes de vários países para buscar uma solução ao conflito, mas poucos avanços são esperados.
A Arábia Saudita, que como maior exportador de petróleo do mundo trabalha em estreita colaboração com a Rússia na política dos combustíveis, mantém
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