Militares tomaram o poder no Níger no final de junhoMahamadou Hamidou/ REUTERS

O bloco dos países da África Ocidental expressou, nesta quarta-feira, 9, a sua preferência pelos meios diplomáticos para resolver a crise no Níger, sem descartar a possibilidade de intervir militarmente para "restaurar a ordem constitucional", às vésperas de uma cúpula regional.
A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) declarou em comunicado, na madrugada desta quarta-feira, que vai continuar colocando em prática "todas as disposições necessárias para garantir o retorno à ordem constitucional no Níger", ou seja, restabelecer em suas funções o presidente Mohamed Bazoum, que foi derrubado por um golpe em 26 de julho.
Desde então, Bazoum está detido em sua residência presidencial na capital Niamey, embora esteja bem de saúde, segundo pessoas próximas.
Vários dignitários e ministros de seu governo foram presos nessas duas semanas. O último foi o filho do embaixador do Níger na França, que se recusou a deixar o cargo apesar do golpe militar e foi preso na terça-feira.
O presidente da Nigéria e do bloco regional da África Ocidental, Bola Tinubu, considera, assim como seus homólogos da Cedeao, a diplomacia como "o melhor caminho", embora não descarte "nenhuma opção", afirmou nesta terça-feira o porta-voz do presidente.
Foi a primeira posição assumida por Tinubu desde que expirou, no domingo, o ultimato dado pelo bloco aos militares nigerianos para reintegrar Bazoum ao poder, sob pena de sofrer uma intervenção militar.
O bloco realizará uma cúpula na quinta-feira em Abuja, capital da Nigéria, para avaliar a situação diante da intransigência demonstrada pelos militares no poder em Niamey, que até agora ignoraram as propostas de diálogo de seus vizinhos.
Uma delegação conjunta da Cedeao, da União Africana (UA) e da ONU havia planejado visitar a capital do Níger na terça-feira, mas os militares cancelaram a visita, evocando razões de "segurança neste clima de ameaça de agressão contra o Níger".