Navio é visto saindo do porto de OdesaAFP
Primeiro navio de carga deixa porto ucraniano no Mar Negro por nova rota
Após o fim do acordo de grãos, a Rússia advertiu que qualquer embarcação que navegar para ou a partir de baías da Ucrânia seria considerada um alvo militar
Um primeiro cargueiro zarpou do porto ucraniano de Odessa, no Mar Negro, através de um novo corredor marítimo, anunciou Kiev nesta quarta-feira, 16, apesar das ameaças da Rússia contra qualquer embarcação que navegue a partir de ou em direção aos portos ucranianos.
"O porta-contêineres 'Joseph Schulte' (...) saiu do porto de Odessa e navega ao longo do corredor temporário estabelecido para navios civis", anunciou o ministro ucraniano de Infraestruturas, Oleksandr Kubrakov, em um comunicado.
O ministro explicou que este é o primeiro navio a zarpar do estratégico porto de Odessa, no sul da Ucrânia, desde meados de julho, quando a Rússia abandonou o acordo que permitia a exportação de grãos ucranianos pelos portos do sul do país desde meados de 2022.
Após o fim do acordo, a Rússia advertiu que qualquer embarcação que navegar para ou a partir de portos ucranianos seria considerada um alvo militar.
Kiev respondeu que também consideraria como alvos as embarcações que navegassem a partir de ou em direção a portos ucranianos ocupados pela Rússia.
No dia 10 de agosto, no entanto, a Ucrânia anunciou a abertura de corredores "temporários" no Mar Negro - controlado em grande parte pela Marinha russa — para permitir o trânsito dos navios que transportam os grãos do país.
Ao mesmo tempo, a Ucrânia acusou nesta quarta a Rússia de atacar com drones um porto no rio Danúbio, na região de Odessa, que danificou vários depósitos de cereais.
Os portos da região se tornaram um centro importante para a saída de grãos e cereais desde que Moscou abandonou o acordo em julho.
As forças ucranianas anunciaram que derrubaram 13 drones durante a noite nas regiões de Odessa e Mykolaiv.
Kiev também anunciou a retomada de uma localidade na região de Donetsk, Urozhaine, em sua contraofensiva.
A reconquista aconteceu um dia após o ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, afirmar que os recursos militares da Ucrânia estavam "quase esgotados", apesar das entregas de armas ocidentais.
Situada na área limite das regiões de Zaporizhzhia e Donetsk, parcialmente ocupadas pela Rússia, Urozhaine, que tinha população de mil habitantes antes da guerra, é parte de um grupo de localidades que as forças ucranianas tentaram libertar nas últimas semanas.
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