catástrofe semeou destruição e devastação no localAFP
Quantas pessoas morreram?
Até esta segunda-feira, 11, o balanço provisório de mortos subiu para 2.681 pessoas, de acordo com o ministério do Interior. Pelo menos outras 2.501 pessoas ficaram feridas.
Dessas, 1.452 mortes ocorreram em Al Haouz, ao sul de Marrakesh. Cerca de 760 também foram registradas em Taroudant e 200 em Chichaoua. A ONU estima que 300 mil pessoas foram afetadas pelo terremoto.
Quais são as áreas mais afetadas?
Um boletim de alerta sísmico divulgado pelo Instituto Nacional Marroquino de Geofísica explica que o terremoto, que ocorreu às 23h11, horário local, de sexta-feira, 8, a uma profundidade de 8 km, teve seu epicentro na cidade de Ighil, localizada a cerca de 80 quilômetros a sudoeste da cidade de Marrakech.
Esse epicentro ocorreu no alto das Montanhas Atlas. A região é em grande parte rural, composta por montanhas de rocha vermelha, desfiladeiros pitorescos e riachos e lagos cintilantes. O terremoto abalou a maior parte de Marrocos e causou ferimentos e mortes noutras províncias, incluindo Marraquexe, Taroudant e Chichaoua. O terremoto foi sentido por países como Portugal, Argélia e Espanha.
Como este episódio se compara com outros terremotos?
O terremoto de sexta foi o mais forte já sentido em Marrocos em mais de um século, mas, embora tremores tão poderosos sejam raros, este, até agora, não é o mais mortal do país. Há pouco mais de 60 anos, o país foi abalado por um terremoto de magnitude 5,8 que matou mais de 12 mil pessoas na costa oeste, onde a cidade de Agadir, a sudoeste de Marrakech, desmoronou.
Não houve nenhum terremoto mais forte com magnitude maior que 6 em um raio de 500 quilômetros na região do tremor de sexta-feira em pelo menos um século, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos. O norte de Marrocos sofre terremotos com mais frequência, incluindo tremores de magnitude 6,4 em 2004 e magnitude 6,3 em 2016.
Dessas, 1.452 mortes ocorreram em Al Haouz, ao sul de Marrakesh. Cerca de 760 também foram registradas em Taroudant e 200 em Chichaoua. A ONU estima que 300 mil pessoas foram afetadas pelo terremoto.
Como estão funcionando os esforços de resgate?
Marrocos enviou ambulâncias, equipes de resgate e soldados para a região para ajudar nos esforços de resposta a emergências. Grupos de ajuda humanitária disseram que o governo não fez um apelo amplo por ajuda e aceitou apenas assistência externa limitada.
A vastidão da zona do terremoto e a complexidade do terreno estão dificultando os esforços de resgate, de acordo com Caroline Holt, diretora de desastres, clima e crises da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.
Mais de um dia após o terremoto, edifícios seguiram desmoronando Em Marrakesh, as pessoas descreveram retiradas da população desesperadas à medida que os muros desabaram. As redes de telefonia celular nas áreas mais afetadas pararam de funcionar, deixando familiares em todo o país e em todo o mundo esperando por notícias.
Quais países estão fornecendo ajuda?
Cerca de 100 equipes compostas por um total de 3,5 mil socorristas estão registradas em uma plataforma da ONU e prontas para serem acionadas no Marrocos quando solicitadas, disseram os Rescuers Without Borders.
Uma equipe espanhola de busca e resgate chegou a Marrakech e seguiu para a zona rural de Talat N’Yaaqoub, de acordo com a Unidade Militar de Emergência da Espanha. O Reino Unido enviou uma equipe de busca de 60 pessoas com quatro cães, equipe médica, dispositivos de escuta e equipamento para cortar concreto.
O Grupo Internacional de Busca e Resgate do Catar está indo para Marrocos ajudar nas operações de recuperação, disse a organização num comunicado no domingo.
A Argélia também se ofereceu para reabrir o seu espaço aéreo para ajudar na ajuda e nas evacuações médicas. A Argélia fechou o seu espaço aéreo a Marrocos em 2021, quando os dois países cortaram relações diplomáticas sobre questões que incluíam uma disputa de longa data sobre o Saara Ocidental.
Entretanto, outras equipes de ajuda estrangeiras que estavam preparadas para se deslocarem expressaram frustração por não poderem intervir sem a aprovação do governo.
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