Milhares de manifestantes protestaram contra a reforma judicial em frente do Supremo Tribunal de em JerusalémAFP

Jerusalém - Milhares de pessoas se manifestaram contra a reforma judicial, na noite desta segunda-feira (11), em Jerusalém, em frente do Supremo Tribunal, um dia antes de os juízes terem uma reunião que poderá ser fundamental para o futuro da polêmica medida.
"Democracia! Democracia!", gritavam os manifestantes, que agitavam bandeiras israelenses.
"Estamos aqui para tentar impedir as tentativas deste governo corrupto de transformar Israel de uma democracia liberal em um regime fascista", disse à AFP Michael Telias, de 42 anos, professor de neurociência.
O anúncio da polêmica medida desencadeou uma das mais importantes ondas de protesto na história do Estado hebreu desde sua fundação, em 1948.
Na terça-feira (12), o Supremo Tribunal terá uma audiência excepcional, com 15 juízes membros, para examinar os recursos apresentados contra uma primeira cláusula deste projeto legislativo adotado em julho pelo Parlamento israelense.
Esse primeiro artigo impede o Supremo de anular uma decisão do governo com base em critérios jurídicos, algo que havia feito várias vezes no passado.
De acordo com o governo de Benjamin Netanyahu, o mais à direita na história de Israel, a mais alta instância judicial está "politizada" e, por esse motivo, quer limitar suas competências.
"Esperamos que o Supremo Tribunal se oponha a esta proposta que tem como único objetivo eliminar os poderes que a corte deveria ter", disse Telias.
"Estou aqui porque quero viver em um país democrático. Quero que meus filhos e netos possam ter a vida que esperamos para eles", defendeu Miriam Galon, uma mulher aposentada que foi a Jerusalém para protestar vinda de Givat Ela, uma cidade no norte de Israel.