Líder da Igreja Católica argentina, o bispo Oscar Ojea, criticou os 'insultos irreproduzíveis' de Javier Milei ao Papa FranciscoAFP
Igreja Católica argentina contesta 'insultos' de Javier Milei ao Papa Francisco
Vencedor das primárias presidenciais, candidato da extrema direita se referiu ao pontífice como 'maligno' e 'promotor do comunismo'
Buenos Aires - O líder da Igreja Católica argentina, o bispo Oscar Ojea, exigiu, nesta segunda-feira (11), "respeito" para com o papa Francisco, diante dos "insultos irreproduzíveis" e "falsidades" que atribuiu, mas sem citá-lo, ao candidato presidencial ultraliberal Javier Milei.
Milei, vencedor das primárias presidenciais de 13 de agosto com 29,8% dos votos, se referiu a Francisco em várias ocasiões como "o maligno na Terra que ocupa o trono da casa de Deus", o acusou de "promover o comunismo" e o chamou de "nefasto" e "imbecil".
"Um dos candidatos proferiu insultos irreproduzíveis e falsidades [...] o Papa é para nós um profeta da dignidade humana em um tempo de violência e exclusão", disse Ojea, em entrevista difundida pela Conferência Episcopal Argentina (CEA), que é presidida por ele.
"[Francisco] também é um chefe de Estado ao qual se deve um respeito particular", acrescentou o titular dos bispos católicos argentinos sobre o pontífice.
Em 5 de setembro, sacerdotes de áreas carentes da Argentina celebraram uma missa comunitária em um bairro pobre de Buenos Aires em "desagravo" a Francisco "pelas ofensas" de Milei.
Com vistas à campanha presidencial para o pleito de 22 de outubro, Ojea considera que é "impossível construir um país sem diálogo e com insultos, gritos e desqualificações" e acrescentou que "o clima de violência nas manifestações dos candidatos não contribui para a paz social".
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